Vamos malhar o cérebro? Neurocientistas alertam para atividades que podem minimizar efeitos da demência

Rede familiar e de amigos e tocar um instrumento são atividades indicadas. FOTO: Reprodução.

DA REDAÇÃO

MANAUS – Malhar o cérebro, com a adoção de novos hábitos, pode ser fundamental para evitar a demência. Também é preciso ter uma rede de familiares e amigos, manter alimentação saudável e construir uma reserva cognitiva que podem ser conseguidas com coisas simples como ler, tocar instrumentos musicais, aprender um segundo idioma, viajar e conhecer novas culturas. Então, vamos malhar o cérebro? 

Até o ano de 2050 os casos de demência, como o Alzheimer, deverão triplicar em todo o mundo. A estimativa foi apresentada na Alzheimer´s Associaation Internacional Conference, em 2021. No Brasil, estima-se que existam 1,2 milhão casos, a maior parte deles ainda sem diagnóstico e, no mundo, cerca de 35,6 milhões de pessoas são diagnosticadas com a Doença de Alzheimer.

Vale ressaltar que o Alzheimer é o tipo mais comum de demência do mundo, respondendo por, aproximadamente, 70% dos casos. Mas, há outras doenças, como a demência frontotemporal e a vascular. Cada qual uma delas tem suas diferentes características clínicas e progressão.

A demência é um termo geral para identificar várias doenças neurodegenerativas e, em síntese, é o declínio da capacidade cognitiva associado à perda da capacidade de executar tarefas do dia a dia e atinge, principalmente, pessoas da terceira idade. Entre as capacidades afetadas estão a memória, a linguagem e o raciocínio.

A leitura está entre as principais atividades do cérebro para formar reserva cognitiva. FOTO: Reprodução.

Além da necessária observação por parte da família para detectar qualquer sinal do declínio dessas capacidades, da procura de ajuda profissional, diagnóstico e tratamento, também é possível adotar, desde muito cedo, algumas atividades que ajudarão a manter o cérebro exercitado.

O desenvolvimento do cérebro se completa por volta dos 20 anos. Passado este ponto, gradualmente, as funções cognitivas começam a se reduzir. Portanto, é importante, desde muito cedo, exercitar a mente para que se obtenha vantagens no futuro, mesmo que ainda distante.

Há um certo consenso entre os neurocientistas de que a capacidade cognitiva e o risco de demência são impactados por fatores que podem ser modificados como, por exemplo, manter uma alimentação saudável e uma rede de amigos e familiares próxima. Em artigo na revista Science Focus, o neurocientista cognitivo Vhristian Jarrett afirma que há motivos para ser otimista. “Há coisas que se pode fazer, hábitos que se pode adotar para manter o funcionamento do cérebro e proteger do risco da demência”, afirma.

Passo a passo

Entre as recomendações do especialista, em primeiro lugar está construir uma reserva cognitiva, a partir da qual algumas pessoas podem compensar a degeneração causada pela idade ou doença neurológica, criando uma capacidade para o cérebro resistir.

Para aumentar esta reserva, é necessário exercitar o cérebro com atividades como ler, tocar instrumentos musicais, montar quebra-cabeças, aprender um segundo idioma, viajar e conhecer novas culturas.

Outro passo indicado é ter amigos. Isso ajudar a manter a saúde do cérebro, segundo a neurociência, que considera de extrema importância manter uma rede de contatos e encontros presenciais com amigos e familiares, enquanto se envelhece. Conversar e se envolver em projetos ajudam o cérebro e potencializam a saúde mental. Nem é necessário ter milhões de amigos. Os estudos realizados não mostraram qualquer consistência de resultado associada ao tamanho da rede de contatos.

Atividades físicas, mesmo que de baixo impacto, também ajudam. FOTO: Reprodução.

Além de exercitar o cérebro também é necessário praticar atividades físicas. Para funcionar, o cérebro depende de oxigênio e de outros diferentes nutrientes e esta demanda está diretamente ligada com o bom funcionamento do sistema circulatório, representado pelo coração. São diversas as atividades físicas que podem ser adotadas, como nadar, correr, pedalar, jogar futebol ou ir para a academia. Mesmo as pessoas que preferem atividades de menor impacto podem optar por caminhadas ou, simplesmente, subir escadas diariamente.

Alimentação saudável é outra recomendação. FOTO: Reprodução.

Ou seja, estudar novos assuntos – matemática, línguas ou até a neurociência – e ou conhecer outras culturas são bons indicativos.

Se praticar exercícios ajuda o corpo a potencializar o seu desempenho e evita o risco de demência, a alimentação saudável é outro ponto importante para que o cérebro possa funcionar bem e se mantenha por longos períodos em atividade. Para isso, é necessário adotar dietas balanceadas, com frutas, legumes e vegetais. Estes alimentos fornecem antioxidantes ao corpo e combatem os radicais livres que se acumulam em excesso no cérebro com a velhice. Além disso, o consumo de frituras e processados deve ser reduzido.

Por fim, para reduzir o risco da demência, é importante cultivar um olhar positivo para a vida. “Uma quantidade crescente de pesquisas sugere que suas atitudes em relação ao envelhecimento podem ter consequências reais para sua saúde neural. Se você espera se tornar cada vez mais lento e propenso ao esquecimento, isso pode se tornar uma profecia autorrealizável”, explica Jarret.

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