Roteirista amazonense concorre ao prêmio Jabuti 2021

Ademar Vieira é jornalista, roteirista e ilustrador amazonense. Foto: Manauscult/Divulgação

MANAUS – AM | O jornalista, roteirista e ilustrador amazonense Ademar Vieira está concorrendo ao prêmio Jabuti 2021, com a graphic novel “Ajuricaba”, que tem a parceria do quadrinista Jucylande Júnior, com arte final do ilustrador Tieê Santos. A premiação é considerada a maior da literatura no Brasil. Ele concorre na categoria Histórias em Quadrinhos (HQ).

A obra, que narra a trajetória de resistência ao colonialismo do líder indígena Manaó, no século XVIII, chama a atenção por ser a primeira HQ do Amazonas a receber uma indicação dessas. Ela possui 130 páginas, em preto e branco.

Na história, é reconstituída a saga de Ajuricaba pouco antes de se tornar tuxaua (líder) da tribo guerreira Manaó, a maior da região do rio Negro. A princípio, a tribo era aliada dos portugueses, que faziam trocas para conseguir escravos indígenas, que eram levados para o trabalho no engenho de cana-de–açúcar, no Pará e Maranhão.

No entanto, após o assassinato do pai de Ajuricaba, ele assume o comando dos manaós e inicia uma longa campanha de guerra aos portugueses. Essa mobilização durou cinco anos e mobilizou mais de 30 povos indígenas.

Divulgação da história de Ajuricaba

“Essa indicação é algo que vai além de uma conquista pessoal, porque Ajuricaba é um ícone da cidade de Manaus e acredito, assim, que compartilho a alegria com todos os manauenses. Espero que com essa indicação, as pessoas fiquem curiosas sobre a nossa história e fiquem sensíveis à luta dele e dos povos indígenas do Brasil”, disse Ademar Vieira.

Ainda de acordo com Ademar, a obra vai muito além do entretenimento, pois tem um valor histórico e cultural bastante simbólico para o povo amazonense. “Antes de escrever o roteiro, eu fiz uma pesquisa histórica e antropológica para conhecer mais sobre Ajuricaba e os manaós e recebi ajuda do escritor Márcio Souza e do historiador Davi Avelino. Acho que essa é uma história bastante necessária para o público de hoje”, contou.

A obra também faz um resgate da extinta língua manaó. Algumas das poucas palavras registradas do idioma, extinto no século XVIII, foram utilizadas nas falas dos personagens da HQ. “Ajuricaba” está disponível na banca do Largo São Sebastião, com alguns exemplares autografados, e também pode ser adquirida por meio de vendas on-line no perfil da @blackeyeestudio no Instagram.

O Prêmio Jabuti é o mais tradicional reconhecimento da literatura nacional, concedido pela Câmara Brasileira do Livro (CBL). Foi criado em 1959, para premiar autores, editores, ilustradores, gráficos e livreiros que mais se destacam, a cada ano.

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