Redução do IPI ameaça futuro da UEA e de mais de 20 mil estudantes no Amazonas

A UEA mantém unidades e outras estruturas de ensino e pesquisa na capital e no interior. FOTO: Reprodução.

DA REDAÇÃO

MANAUS – | A manutenção das alíquotas do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) estabelecidas pelo Decreto nº 10.979 não compromete somente o futuro do Polo Industrial de Manaus, os empregos dos amazonenses, os investimentos públicos e a preservação da floresta. É, também, uma ameaça concreta ao futuro da Universidade do Estado do Amazonas (UEA), que tem no PIM a única fonte de recurso para a sua existência.

Recém-eleito pela comunidade acadêmica para ser o reitor da UEA pelos próximos quatro anos e com a posse marcada para a próxima terça-feira, (19), o professor André Zogahib e sua equipe de sub-reitores já entram encarando essa ameaça e esse desafio. O orçamento anual da UEA, que gira em torno de R$ 500 milhões/ano, é fruto dos recursos de P&D do Polo Industrial, com base em 1% do faturamento das empresas. E é com esse valor que a UEA mantém o ensino, pesquisa e extensão.

Para o reitor-eleito, é preciso ver a situação de forma ampla, partindo de um cenário maior, para entender o impacto que haverá sobre a UEA. “Com isenção, a ZFM perderá competitividade, muitas empresas deixarão o PIM, o faturamento do Polo vai diminuir consideravelmente e, consequentemente, diminuirá também o valor destinado à universidade”, diz.

Zogahib ressalta que é um risco muito alto manter a UEA refém de uma única fonte de recursos. “Temos que procurar novas formas de captação de receita e isso depende de articulação junto às autoridades e aos vários setores”, adianta.

Novo reitor toma posse na próxima terça-feira e vai conversar com equipe sobre futuro da instituição. FOTO: Divulgação.

Ele sugere, por exemplo, captação de recursos junto às diversas cadeias produtivas, como a mineração, parcelas do Fundo de Fomento ao Turismo, Infraestrutura, Serviços e Interiorização do Desenvolvimento do Amazonas (FTI) e do Fundo de Apoio às Micro e Pequenas Empresas do Estado do Amazonas (FMPES).
“As prefeituras também podem auxiliar a UEA com percentuais sobre o Imposto Sobre Serviços (ISS). Mas isso precisa ser construído e dialogado, o que estamos dispostos a fazer desde o primeiro dia à frente da administração da UEA”, defende.

“O futuro da UEA me preocupa? Sim. E esse é um assunto que começarei a tratar com a equipe de pró-reitores, diretores e a comunidade acadêmica em geral, assim que for empossado”, garante.

Estrutura – Hoje, a UEA mantém, aproximadamente, 20 mil alunos matriculados em cursos de graduação, na capital e no interior, 1053 docentes, 598 técnicos administrativos, divididos entre capital e interior.
Em Manaus, são seis escolas superiores: Normal Superior; Superior de Artes e Turismo; Ciências da Saúde; Ciências Sociais; Tecnologia e Escola de Direito. No interior, são seis Centros de Estudos Superiores (Itacoatiara, Lábrea, Parintins, São Gabriel da Cachoeira, Tabatinga e Tefé) e 15 Núcleos de Ensino (Boca do Acre, Careiro, Castanho, Coari, Carauari, Eirunepé, Humaitá, Ipixuna, Manacapuru, Maués, Manicoré, Novo Aripuanã, Nova Olinda do Norte, Presidente Figueiredo, Santo Antônio do Içá e São Sebastião do Uatumã).

A estrutura também contempla, na capital, uma Casa do Estudante e cinco restaurantes universitários. No interior, três Núcleos de Práticas Jurídicas, quatro Casas do Estudante e quatro restaurantes universitários.

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