DA REDAÇÃO
BRASIL – | Recordista mundial no recolhimento e reciclagem de latas de alumínio, o Brasil conseguiu, em 2021, fazer a reutilização de 98,7% das latas comercializadas em todo o país. Para se ter uma ideia da grandiosidade dos números, das mais de 414 mil toneladas de latas comercializadas, 409 mil toneladas foram recicladas. Os números foram divulgados pelo Ministério do Meio Ambiente.
Em Manaus, embora não haja um dado oficial a respeito da reciclagem, é notório que o trabalho vem sendo executado com bastante sucesso. “É uma reciclagem visível e notória, já que não é muito difícil encontrar esse material disperso pelas ruas”, diz Daniel Santos, embaixador do Lixo Zero, em Manaus.
A secretaria Municipal de Limpeza Pública disse que não controla o volume coletado e que apenas coordena as associações de catadores que são responsáveis pela coleta do material. Em Manaus existem 15 associações envolvidas no trabalho e o apoio recebido da prefeitura vem em forma de logística, políticas públicas e infraestrutura.
“Manaus não tem um número para a reciclagem das latinhas de alumínio, mas o índice pode ser considerado alto, devido ao grande valor agregado que tem esse material. As associações, cooperativas e catadores avulsos fazem um trabalho de coleta e destinação desse material para as empresas de reciclagem, com muito sucesso”, avalia Daniel Santos.
As latas coletadas alimentam a cadeia produtiva do alumínio pós-consumo – coleta e venda às fábricas de reciclagem – e, segundo o MMA, representam uma economia substancial no consumo da bauxita, mineral utilizado para a produção de alumínio. Para cada um quilo de lata reciclada são economizados cinco quilos de bauxita, impactando, em 2021, na economia de 2 milhões de toneladas do minério. Além disso, há economia no consumo de energia e de água e queda na emissão de gases do efeito estufa.
Renato Paquet, secretário-executivo da Recicla Latas, destaca que a reciclagem da lata de alumínio é referência no Brasil e no mundo, com o aperfeiçoamento contínuo do sistema de logística reversa. “Em cerca de 60 dias, uma latinha pode ser comprada, usada, coletada, reciclada, virar latinha de novo ou voltar ao supermercado. Podemos afirmar que o Brasil é exemplo para o mundo e a indústria da lata de alumínio para bebidas contribui para a descarbonização e a economia de energia, dentre tantos outros benefícios ambientais e sociais”, aponta.
Atualmente, o Brasil conta com 36 centros de coleta mantidos pelo setor, atendendo 100% do território nacional. Mais de 800 mil catadores de materiais recicláveis são beneficiados com o programa de logística reversa de latas de alumínio e gerando renda de mais de R$ 5 bilhões por ano.
Em 2020, a assinatura de um acordo entre o Ministério do Meio Ambiente com a Associação Brasileira do Alumínio (Abal) e a Associação Brasileira dos Fabricantes de Latas de Alumínio (Abralatas) ampliou a coleta e permitiu um aumento nos números de reciclagem de latas. A ação definiu novos desafios para o setor, com um importante apoio para os catadores que trabalham na cadeia de reciclagem, determinando às indústrias de reciclagem a compra das latas coletadas a preço de mercado.
O termo de compromisso estabeleceu, ainda, a criação de uma entidade gestora, com o lançamento no Brasil do programa Cada Lata Conta; a modernização, centralização e transparência nas informações sobre o processo de coleta e reciclagem; o fortalecimento das metas de reciclagem no setor em 95%; a facilitação da chegada das latinhas aos centros de coleta e parceiros pelo País; investimentos em educação ambiental e financeira para melhorar renda e condição de vida dos catadores; e o desenvolvimento de ações tecnológicas para aumento da produtividade.
No final de abril, outro acordo de cooperação técnica foi assinado entre o MMA e a ABIR para a realização de campanhas de comunicação com foco no aumento da conscientização, educação e cidadania ambiental. A primeira delas, entitulada “Crie esse Hábito”, foi lançada no mês de maio, nas redes sociais do MMA e da ABIR.