QUEIMADAS NA AMAZÔNIA: Fumaça se espalha e chega até o extremo sul do país

As imagens de satélite do INPE mostram o corredor de fumaça que se expande para todo o país. FOTO: Reproduçãol

BRASIL – |A fumaça das queimadas na Amazônia já se espalha por uma considerável fatia do continente e do Brasil, inclusive sobre São Paulo e outros Estados mais ao sul do país. A nuvem de fumaça pode ser vista pelas imagens de satélite disponibilizadas pelo Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) – são 5 milhões de km² afetados. Até agora, segundo autoridades ambientais, não há nenhum plano do governo para minimizar o problema.

Segundo os dados do Inpe, os estados com mais incêndios no momento são Pará, Mato Grosso e Amazonas, mas a fumaça das queimadas vem cobrindo também o céu de Rio Branco (AC). Somente nos seis primeiros dias de setembro, a cidade teve detectados 2.681 focos de foco, sendo 267 na capital. É o maior valor desde 2003, tanto para o estado como para Rio Branco.

A fumaça primeiro atingiu os estados do Norte, há dois dias, se espalhando para as outras regiões, já havendo registro da ocorrência em São Paulo, Santa Catarina, Paraná e Rio Grande do Sul. Também há informações de que se estendeu ao país vizinho da Bolívia.

A extensão da nuvem cinzenta também pode ser vista pelo serviço europeu de monitoramento atmosférico Copernicus. Além das queimadas – associadas a elevados níveis de desmatamento– na Amazônia, áreas de queima na Bolívia também contribuem com a situação. As nuvens de fumaça trazem a lembrança de 19 de agosto de 2019, quando o dia paulistano escureceu no meio da tarde, graças às intensas queimadas na Amazônia e também grandes incêndios no Paraguai.

Em 2019 o dia virou noite em São Paulo, pela intensa presença de fumaça. FOTO: Reprodução.

Nos primeiros seis dias de setembro, a Amazônia somou mais de 16 mil queimadas –praticamente o mesmo valor registrado em todo o mês de setembro de 2021. Três desses dias registraram, consecutivamente, mais de 3.000 focos de calor. Uma sequência de valores tão altos, dia após dia, em setembro, não acontecia pelo menos desde 2007.

As imagens atuais de satélite também lembram o que se viu em 2019. Mas essas não foram as únicas vezes em que algo do tipo ocorreu e isso é um fenômeno relativamente comum. Em um artigo publicado em 2019, após o céu paulistano escurecer, Alberto Setzer, pesquisador do Inpe, apontava que, em anos secos, é comum que as queimadas lancem suas nuvens de fumaça por milhões de km² no continente sul-americano. Tais nuvens só se desfazem pelas chuvas.

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