A cefaleia, conhecida popularmente como dor de cabeça, é uma doença que atinge mais de 50% da população mundial, conforme pesquisa realizada por cientistas da Universidade Norueguesa de Ciência e Tecnologia. Além do desconforto, as dores de cabeça podem ser tão intensas e contínuas, que deixam a pessoa incapacitada de realizar tarefas do dia a dia, como trabalhar e estudar.
Segundo a mestre em Ciências da Reabilitação, especializada no tema, a fisioterapeuta Joelma Magalhães, indivíduos com dores de cabeça crônicas tendem a ter uma alta incidência de comorbidades biológicas, psicológicas e sociais. Ela explica que a Classificação Internacional de Cefaleias tem mapeado 14 tipos e mais de 300 subtipos de dores de cabeça.
Joelma Magalhães é referência e pioneira no Amazonas em Disfunções, Cirurgias e Tratamento da Dor na área de Cabeça e Pescoço. Atuando há 15 anos no mercado, ela faz parte da Sociedade Brasileira para Estudo da Dor (SBED) e coordena o Comitê Científico de Cefaleia da entidade, além de pertencer ao grupo Head and Neck Pain Brazil.
De acordo com Joelma Magalhães, o alerta para que as pessoas percebam que as dores de cabeça que sentem não são pontuais, e sim algo crônico, é a frequência com que ocorrem, a intensidade e a duração.
“É considerada uma cefaleia crônica, aquela dor maior ou igual a 4 horas ou de curta duração, que pode afetar o indivíduo várias vezes no dia. A ocorrência é de 15 dias por mês, por mais de 3 meses. Essas dores trazem um impacto significativo na sociedade, principalmente por absenteísmo e diminuição da produtividade do indivíduo. Sintomas de dor, como pressão, pontada e pulsação uni ou bilateral na cabeça, podem ser alertas de algum tipo de cefaleia que deve ser investigado por profissionais especializados na área”, disse.
A especialista destaca que a causa da dor é multifatorial, mas algumas coisas podem levar à cefaléia crônica, como ansiedade, depressão, estresse contínuo, distúrbio do sono, má alimentação, falta de exercício físico regular, disfunções temporomandibulares, obesidade, ingestão excessiva de cafeína, uso excessivo de medicamentos, entre outros. “O exercício físico, inclusive, é um importante aliado no controle e modulador da dor. Há inúmeros estudos que comprovam a ação fisiológica na liberação de substâncias químicas e hormonais que ajudam neste processo doloroso”, frisou.
Joelma esclarece que quando os fatores de risco são identificados, eles podem fornecer uma base para uma intervenção preventiva com melhores resultados no tratamento. “Manter um diário de cefaleia pode ajudar a determinar os pontos de alerta relacionados com o desencadeamento da dor. Incluir detalhes e observações do que o indivíduo estava fazendo na hora ou antes do início da crise e o tempo de duração auxiliam no entendimento da dor”, orienta.
O tratamento das cefaleias, segundo a profissional, deve ser multiprofissional. Além do fisioterapeuta, o paciente muitas das vezes necessita de acompanhamento com neurologista, psicólogo, nutricionista, dentistas e outros profissionais, dependendo da sua condição clínica. “Dessa forma, é possível cuidar do paciente com foco na reabilitação integral”, ressaltou.
Ela pontua, ainda, que há diversas abordagens para o tratamento das dores de cabeça que devem contemplar o tratamento multimodal e multiprofissional, abrangendo desde terapias com remédios específicos a recursos que visem reabilitação física e modificações comportamentais para redução ou remissão do quadro doloroso, incluindo a reeducação alimentar, higiene do sono, atividade física regular, redução da cafeína, álcool e vícios.
No consultório, Joelma Magalhães desenvolve e aborda a avaliação, diagnóstico e tratamento de forma diferenciada a cada paciente, visando desde técnicas específicas da fisioterapia, como a terapia manual, mas incluindo também a educação em dor e mudança de comportamento, com foco em uma abordagem biopsicossocial, levando em consideração os fatores físicos, psicológicos e sociais. “Trabalhar em um campo muito específico, principalmente as dores de cabeça, exige muito estudo e dedicação na área de cabeça e pescoço, pois a dor é real, subjetiva e individual”, explicou.
A fisioterapeuta atende na clínica localizada no Edifício Empire Center, na Avenida Constantino Nery, sala 303.