Um total de seis pessoas foram presas por suposto envolvimento no caso que a Polícia Federal investiga fraudes na emissão de comprovantes de vacinação falsos do ex-presidente Jair Bolsonaro, familiares e assessores. Os investigados optaram pelo silêncio no primeiro depoimento feito após suas prisões.
Os investigadores disseram à TV Globo que os presos não disseram nada relevante durante o interrogatório inicial e, quando questionados sobre as denúncias de fraude, optaram por permanecer em silêncio até que os advogados analisassem os autos.
Todos serão ouvidos novamente, mas não tem data marcada. Os seis estão em prisão preventiva, ou seja, sem prazo definido para sua soltura.
Foram presos por suposta fraude são: O Coronel Mauro Cid Barbosa, ex-assessor de Jair Bolsonaro; o Sargento Luis Marcos dos Reis, que estava na equipe de Mauro Cid; o ex-major do Exército Ailton Gonçalves Moraes Barros; o policial militar Max Guilherme, que trabalhava na segurança presidencial; o soldado do Exército Sérgio Cordeiro, que também atuou como guarda-costas pessoal de Bolsonaro; e o secretário municipal do governo de Duque de Caxias (RJ), João Carlos de Sousa Brecha.
O ex-presidente Jair Bolsonaro também se recusou a depor sobre o caso à Polícia Federal. Como não foi detido, o ex-presidente nem compareceu à oitiva.
Em breve entrevista após busca e apreensão na casa onde mora com a ex-primeira-dama Michelle e a filha dela, de 12 anos, em Brasília, Bolsonaro negou adulterar carteiras de vacinação e reafirmou que ele e a filha não foram imunizados contra a Covid.
A ex-primeira dama Michelle afirmou, no Instagram, que apenas ela se vacinou. “Ficamos sabendo, pela imprensa, que o motivo seria ‘falsificação de cartão de vacina’, do meu marido e de nossa filha Laura. Na minha casa, apenas eu fui vacinada”, escreveu a presidente do PL Mulher.
Michelle ainda afirmou não saber o motivo da operação da PF e que o advogado do casal não teve acesso aos autos. Além disso, ela postou um versículo bíblico: “Eu confio no Senhor. Obrigada, amado da minh’alma”, disse.
Próximos passos da investigação
As sacolas com materiais apreendidos no Rio de Janeiro nesta quarta-feira devem chegar a Brasília hoje (05), onde passarão por perícia. Os investigadores devem se concentrar nos celulares apreendidos de Bolsonaro, do ex-assessor Mauro Cid e de outros suspeitos.
A intenção da Polícia Federal também é abrir uma nova “frente” de investigação mais aprofundada sobre o processo em Duque de Caxias (RJ).
Registros supostamente fraudulentos nos sistemas do Ministério da Saúde indicam que Bolsonaro e a filha teriam sido vacinados na cidade. O então candidato à reeleição cumpriu agenda política no Rio de Janeiro nas duas datas indicadas, mas não há indícios de que tenha tomado a vacina.
De acordo com a investigação, a funcionária disse em comunicado que foi “coagida” a fornecer a senha de um sistema eletrônico para inserção de dados falsificados de registros de vacinação.
Em Brasília, na tarde desta quinta-feira (05), policiais federais devem se reunir com representantes da Controladoria-Geral da União (CGU) – primeiro órgão federal a investigar supostas irregularidades na caderneta de vacinação de Jair Bolsonaro em colaboração com o Ministério da Saúde.