POLUIÇÃO: Aumento desordenado do número de flutuantes no Tarumã gera preocupação

De acordo com informações do processo, mais de 900 flutuanes estão localizados nas proximidades de Manaus. FOTO: Reprodução.

REDAÇÃO

MANAUS – |O crescimento desordenado do número de flutuantes na região do Tarumã-Açu reforça a preocupação com a poluição do local. A situação é alvo de um processo judicial, que tramita há mais de 20 anos.

De acordo com informações do Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (IPAAM), somente neste ano, dos 86 flutuantes fiscalizados, 48 foram notificados por irregularidades relacionadas à legislação ambiental. Destes, somente 26 já receberam autorização para funcionar.

O embaixador do Instituto Lixo Zero Brasil (ILZB) em Manaus, o biólogo Daniel Santos, explica que, além da grande quantidade de flutuantes no local, é preocupante a poluição causada pelos resíduos sólidos que são jogados no leito do rio. “Causam a poluição das águas e afetam os animais que ali vivem, incluindo os peixes, que são consumidos pela população”, acrescentou.

De acordo com Daniel, além de uma estação de tratamento de esgoto eficiente, os flutuantes precisam fazer a manutenção desses sistemas. “Sem um tratamento correto, esses efluentes contaminam a água e, consequentemente, os animais”, frisou.

Fora a ação direta dos flutuantes, o Tarumã é impactado com a poluição de igarapés que desaguam nele. Outro fator de atenção é que, com o aumento de estabelecimentos, as atividades de abastecimento de embarcações passaram a ser mais frequentes, aumentando o risco de contaminação. “Durante o abastecimento, parte de resíduos lubrificantes podem cair no rio. Para se ter uma ideia, um mililitro de óleo contamina 20 litros de água. É um impacto muito grande”, destacou Daniel.

Na avaliação do biólogo, a área precisa de um Plano de Gestão, com a descrição de todos os direitos e deveres dos proprietários de flutuantes e das responsabilidades para as atuações dos órgãos de fiscalização e controle.

Justiça – Há um processo tramitando na justiça do Amazonas, desde 2001, que pede a retirada dos flutuantes instalados na área do Tarumã-Açu. A denúncia foi feita pelo Ministério Público do Estado (MPE) e, na época, relatava a existência de 40 construções irregulares. Atualmente, o número passa de 900, conforme informações contidas no processo.

Em maio deste ano, a justiça determinou que entes públicos e órgãos de fiscalização apresentassem um plano de ação para a retirada dos flutuantes do local. O prazo era de 30 dias. A reportagem entrou em contato com a Procuradoria Geral do Estado (PGE), que está mediando a situação, mas ainda não obteve reposta.

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