Por: Olívia de Almeida
O ano de 2023 está se aproximando e com ele as expectativas da população sobre o que deve mudar no cenário atual. O Portal CANAL TRÊS começou a produzir uma série de reportagens, ouvindo entidades e pessoas que são referência em seus segmentos, para fazerem uma análise do que está por vir.
A primeira delas é a vice-diretora de Pesquisa e Inovação da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) no Amazonas, Stefanie Lopes, que falou sobre as perspectivas para a área da saúde, enxergando melhorias que podem ser alcançadas com a entrada do novo governo, a partir de janeiro. Sua análise leva em conta, principalmente, o fato de que o Ministério da Saúde terá, pela primeira vez, uma mulher à frente da pasta, Nísia Trindade, atual presidente da Fiocruz, a quem considera extremamente preparada para os desafios a serem enfrentados.
“Os últimos anos foram bastante desafiadores, não somente aqui no Brasil, mas mundialmente, com a pandemia de Covid-19, que levou muitas pessoas à morte. Além disso, temos aqui o problema da baixa cobertura vacinal, o que é bastante preocupante e pode levar ao surgimento de diversas doenças que já havíamos superado, como o sarampo e a poliomielite”, destaca Stefanie Lopes.
Ela também elenca outros desafios que afetaram o País, entre eles, o negacionismo científico, bloqueios e cortes em orçamento nas áreas de saúde, educação e ciências. “Tudo isso acabou impactando em todos os programas de saúde pública do Brasil”, enfatizou.
No entanto, Stefanie destaca que a recém nomeação de Nísia Trindade, presidente da Fiocruz, para o cargo de ministra da Saúde no governo do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva, trouxe esperança e orgulho para a entidade e o setor. Isso porque Nísia, diz ela, possui um perfil técnico, é defensora da democracia, da ciência, do Sistema Único de Saúde (SUS) e da Amazônia.
A volta do país ao Mapa da Fome e a destruição da Amazônia, que passou a atingir números históricos, deverá fazer parte dos desafios da gestão do novo governo, na sua opinião. Afinal, tudo isso reflete diretamente na saúde da população amazonense. “Não será um ano fácil, mas a reconstrução da pasta da saúde contará com uma equipe técnica e muito dedicada para avaliar prioridades e conduzir o que for necessário de imediato, e a médio e longo prazos”, comenta.
Para ela, a retomada dos índices de cobertura vacinal, redução de tempo de espera para realização de exames, cirurgias e tratamentos especializados, o foco na atenção básica e em programas como a Farmácia Popular e Saúde Indígena, deverão ser as prioridades da área no próximo ano.