MUNDO – A Organização Mundial da Saúde (OMS) lançou nesta quarta-feira, 30, em Genebra, diretrizes globais para apoiar mulheres e recém-nascidos nas primeiras seis semanas após o nascimento – pós-natal – considerado o período essencial para garantir a sobrevivência e o desenvolvimento saudável do bebê, bem como garantir a sobrevivência da mãe, sua recuperação e bem-estar físico e mental. As diretrizes incluem 63 recomendações, combinando recomendações já existentes com 31 novas ou atualizadas.
De acordo com a OMS, em todo o mundo mais de 30% de mulheres e bebês não recebem cuidados pós-natais nos primeiros dias após o nascimento e as consequências físicas e emocionais do parto – de lesões a dores e traumas recorrentes – podem ser debilitantes se não forem gerenciadas, mas geralmente são altamente tratáveis quando a atenção é prestada no momento certo.
“A necessidade de atenção de qualidade à maternidade e recém-nascidos não acaba quando o bebê nasce”, afirmou Anshu Banerjee, diretor do Departamento de Saúde da Mãe, do Recém-nascido, da Criança e do Adolescente e Envelhecimento da OMS. “De fato, o nascimento de um bebê é um momento de mudança de vida, que está ligado ao amor, esperança e emoção, mas também pode causar estresse e ansiedade sem precedentes. Os pais precisam de sistemas de saúde e apoio fortes, especialmente as mulheres, cujas necessidades são muitas vezes negligenciadas quando o bebê nasce”.
Entre as mais de 60 recomendações que ajudam a moldar uma experiência pós-natal positiva para mulheres, bebês e famílias estão:
Atenção de alta qualidade em unidades de saúde para todas as mulheres e bebês por pelo menos 24 horas após o nascimento, com um mínimo de três exames pós-natais adicionais nas primeiras seis semanas; Visitas domiciliares, se possível, para que o profissional de saúde possa apoiar a transição para os cuidados domiciliares; no caso de parto domiciliar, o primeiro contato pós-natal deve ocorrer o mais precocemente possível e, no máximo, 24 horas após o nascimento; Identificação e respostas aos sinais de perigo que necessitam de atenção médica urgente para a mulher ou o bebê; entre outras.
As recomendações detalham o tempo mínimo de permanência hospitalar após o nascimento e fornecem orientações sobre os critérios de alta, mas observa que o tempo necessário dependerá individualmente de mulheres e bebês, contexto social, experiência de parto e quaisquer problemas de saúde. Contatos pós-natais adicionais são recomendados para mulheres e recém-nascidos saudáveis entre 48 e 72 horas, entre sete e 14 dias e durante a sexta semana após o nascimento. Se forem identificados riscos para a saúde, provavelmente serão necessários mais contatos, com o tratamento necessário potencialmente muito além das primeiras seis semanas.
Essas recomendações completam uma trilogia de diretrizes da OMS para atenção à maternidade de qualidade durante a gravidez e durante e após o parto, centrados no atendimento das necessidades de todas as que dão à luz e aos seus bebês. Defendem os direitos a uma experiência de saúde positiva, onde as pessoas são tratadas com dignidade e respeito e podem participar ativamente nas decisões de saúde.