Mudança de tarifa de energia e redução do preço do gás de cozinha para distribuidores terá pouco impacto na inflação, diz analista

O preço dos alimentos continuará puxando a inflação para cima. FOTO: Reprodução.

DA REDAÇÃO

MANAUS – | Duas medidas adotadas pelo governo federal no final da última semana podem provocar um certo alívio, mas não terão impactos relevantes na inflação, de acordo com a análise do líder regional da XP Inc. no Amazonas, Djan Amorim. Os preços dos alimentos e as altas taxas de juros continuarão puxando a inflação para cima.
O especialista ressalta que a passagem da bandeira de escassez hídrica para a bandeira verde na cobrança de energia elétrica e a redução de 5% no preço do GLP (gás de cozinha) para as distribuidoras, ambos anunciados na última semana pelo Ministério de Minas e Energia e Petrobras, beneficiam pouco o cidadão e não devem alterar as projeções inflacionárias do mercado.
“A alta do índice foi puxada pelos combustíveis e alimentação em casa, sendo reflexo também dos efeitos da guerra na Ucrânia. A alta do IPCA foi surpreendente, pois registrou alta de 1,62% em relação ao mês anterior e de 11,30 no acumulado de 12 meses. O reflexo também se vê no acumulado anual, que já soma 3,20, enquanto a meta do Banco Central (BCB) para o ano é de 3,5%”, destaca Amorim.
Por mais que a expectativa dos cidadãos seja otimista quanto aos efeitos do fim da bandeira escassez hídrica, com previsão de redução de aproximadamente 20% na conta de energia elétrica no próximo mês e de R$ 0,25 por quilo no valor de venda às distribuidoras que pode gerar uma leve diferença no preço final do gás de cozinha para o consumidor, a inflação deve seguir com previsões de alta.
“Com o IPCA acima do esperado pelo mercado, com o registro mais significativo para o mês de março desde o início do Plano Real, existe o reforço da expectativa de que o Banco Central continue o ciclo de alta de juros”, reforçou Djan Amorim.
Cesta básica – O valor médio da cesta de consumo básica de alimentos de março/22 aumentou em relação ao mês anterior em todas as oito capitais analisadas mensalmente pela plataforma Cesta de Consumo HORUS & FGV IBRE, com aumentos que variam de 1,6 a 5,5%.
As maiores altas foram registradas em Curitiba (5,5%), Manaus (4,1%) e Brasília (2,7%), em
relação aos valores de fevereiro/22.

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