MONKEYPOX: Amazonas aguarda orientação do MS sobre plano de vacinação

No Amazonas foram notificados 33 casos suspeitos, nove foram confirmados, 13 descartados por exames e 11 seguem aguardando a análise dos exames. FOTO: Reprodução.

REDAÇÃO

MANAUS – |A Fundação de Vigilância em Saúde – Dra. Rosemary Costa Pinto (FVS-RCP) já recebeu a notificação do Ministério da Saúde sobre a compra de vacinas para a prevenção da MonkeyPox (Varíola dos Macacos) e aguarda orientação sobre o Plano Nacional de Vacinação. A confirmação foi dada ao Canal Três pelo diretor técnico da FVS, Daniel Barros. A doença já atingiu 2.893 pessoas em todo o Brasil, até a última terça-feira (16).

No Amazonas, até essa mesma data, foram notificados 33 casos suspeitos, nove foram confirmados, 13 descartados por exames e 11 seguem aguardando a análise dos exames. O perfil das pessoas contaminadas segue o padrão mundial, ou seja: 89% são homens, de idade mediana – entre 20 e 40 anos – com maior incidência entre o grupo de 20 a 29 anos. Em números absolutos, dos nove casos confirmados, 8 são homens e apenas uma mulher; cinco tem entre 20 e 29 anos; 3 entre 30 e 40 anos e apenas um está na faixa dos 30 a 40 anos. Todos os nove casos confirmados são de pessoas que moram em Manaus.

Nas últimas duas semanas ganhou grande repercussão um estudo, conduzido por pesquisadores de diversas nações e publicado na revista científica New England Journal of Medicine que aponta que 95% dos casos analisados são suspeitos de transmissão durante a relação sexual.

Daniel Barros alerta, no entanto, que transmissão entre humanos ocorre principalmente por meio de contato pessoal com lesões de pele ou fluidos corporais de uma pessoa infectada ou objetos recentemente contaminados, tais como toalhas e roupas de cama. A transmissão por meio de gotículas geralmente requer contato mais próximo entre o paciente infectado e outras pessoas, o que torna trabalhadores da saúde, familiares e parceiros íntimos com maior risco de infecção.

“Relações sexuais envolvem contato próximo, porém é importante esclarecer que não é a única forma de transmissão, outros contatos próximos podem transmitir, por isso o isolamento correto dos casos suspeitos é essencial, mesmo dentro do domicílio, como também cuidados com artigos, como toalha de banho, roupa de cama, entre outros”. Barros destaca, ainda, que a contaminação pode se dar em qualquer etapa da infecção. “Uma pessoa pode transmitir a doença desde o momento em que os sintomas começam até a erupção ser cicatrizada completamente e uma nova camada de pele se formar”, confirma.  

Daniel Barros, da FVS: nenhum grupo está livre de ameaças. FOTO: Divulgação SES-AM.

Outra informação que ganhou destaque foi o balanço da Organização Mundial de Saúde (OMS) dando conta que dos mais de 18 mil casos que até então haviam sido notificados em, aproximadamente, 78 países, 98% se referiam a “homens que fazem sexo com homens”, o que inclui gays, bissexuais entre outros. As autoridades sanitárias alertam que não há comprovação de que o ato sexual em si seja vetor da doença (não é considerada uma doença sexualmente transmissível); que estigmatizar os doentes é o caminho equivocado a ser tomado (tomando como exemplo o que ocorreu nas décadas de 80 e 90 com a AIDS); e que nenhum grupo sexual está fora de risco.  

“Como os primeiros casos detectados foram nesse tipo de população a transmissão entre eles, inicialmente, foi maior. Porém, cabe alertar que isso não significa que outros indivíduos estão livres da ameaça. Conforme o vírus da varíola símia se espalha mundo afora, a tendência é que ele infecte cada vez mais pessoas que não se encaixam nesse perfil inicial. Ou seja, todos se encontram em risco”, afirmou.

O diretor-técnico da FVS alerta, ainda, que mulheres grávidas podem transmitir o vírus para o feto através da placenta.

Perfil Epidemiológico – Para chegar ao perfil das pessoas contaminadas com o vírus da varíola dos macacos e assim identificar os padrões da doença, os órgãos de saúde pública no Amazonas seguem um protocolo que consiste de uma ficha de notificação dos casos que deve ser preenchida por qualquer profissional de saúde que suspeite de uma pessoa com lesões compatíveis com a monkeypox (lesão com início de mancha, pápula, vesícula evoluindo para pústula). O caso deve ser informado imediatamente às vigilâncias locais e Centro de Informações Estratégicas de Vigilância em Saúde (CIEVS) Amazonas.

“Essa ficha, como qualquer outra ficha de notificação de doenças de interesse para saúde pública, traz informações da pessoa, como idade, sexo, atividade e histórico da doença para fins epidemiológicos. A partir dela é realizada uma investigação para identificar a história pregressa, assim como possíveis contatos e o caso é monitorado por 21 dias, ou até as lesões cicatrizarem”, explica Daniel Barros.

Por esse perfil é possível saber, por exemplo, que 78% dos infectados apresentaram febre como sintoma, 67% apresentaram Adenomegalia (crescimento de um ou mais linfonodos – glândulas) e 44% apresentaram cefaleia, dor no corpo e fraqueza. Mas, as erupções cutâneas dominam o quadro de sintomas sejam no tronco (33%), pernas e braços (33%), no rosto (22%) e na região genital/perianal (11%). Se somados de forma absoluta, o percentual seria de 99% dos infectados, mas o mais provável é que um mesmo paciente tenha apresentado erupções em mais de uma região do corpo. De qualquer forma, as erupções são o grande diferencial na hora de estabelecer o caso como suspeito.

O perfil epidemiológico é divulgado diariamente no portal da Fundação de Vigilância em Saúde (FVS).

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