Curitiba, cidade do verde e da acolhida

No Centro, a harmonia do novo e do antigo. Foto: Reprodução.

Jacira Oliveira/Especial para o Canal Três

CURITIBA – |Hoje, 29 de março, é o aniversário de Curitiba, a cidade que está me acolhendo pela segunda vez e tem acolhido grande parte da minha família ao longo dos anos. Tenho um carinho muito especial por ela. Aliás, acolhida deveria ser seu segundo nome. Em seus 329 anos de existência, Curitiba acolheu imigrantes de quase todos os cantos do mundo e do Brasil.

Europeus – alemães, franceses, suíços, poloneses, italiano e ucranianos -, asiáticos e africanos chegaram, ao longo dos séculos, dando origem aos diversos núcleos urbanos e influenciando de forma muito marcante os hábitos e costumes locais.

Na atualidade, a acolhida tem sido interna, para migrantes de outros estados brasileiros. Por aqui se encontram paulistas, gaúchos, mineiros, nordestinos e nortistas de vários estados. Brasileiros, enfim, que ajudam a construir a imagem desta bela cidade.

Outro dia ouvi um curitibano dizer que a cidade é ótima para viver, mas não é uma cidade turística. Opa! Discordo, contundentemente, da segunda parte dessa conversa.

A primeira tenho que concordar 100%. Curitiba é ótima para se viver, mesmo quando está fazendo um frio de matar. É uma cidade que te convida a sair de casa mesmo que seja com um casaquinho à tiracolo, uma sombrinha ou guarda-chuva, não importa. Suas ruas bem planejadas, com amplas calçadas e quase sempre arborizadas são ótimas para caminhadas ou simples passeios com belas paisagens e parques majestosos, marca registrada da cidade.

Parque Barigui é destino certo de famílias nos momentos de lazer. Foto: Reprodução.

Tenho alguns na minha lista de preferência, como o Parque Barigui, tanto pela proximidade do local onde moro, como por sua amplitude, beleza e possibilidades de atividades, desde as mais hards, com pistas de corridas, aparelhos para exercícios físicos e pistas para bicicleta. Também há muito espaço para os passeis das famílias, com direito a crianças (de todas as idades), cachorro, pagagaio e periquito. É um lugar perfeito para um pic nic às margens de seus lagos e protegidos pela frondosidade de suas árvores.

No último final de semana, conheci outro parque extraordinário: o Bosque Reinhard Maack, que além de uma beleza natural excepcional, conta uma história muito bonita, de Alfredo Hauer, patriarca da família proprietária, que manteve a área preservada e entregou-a ao município para se tornar uma unidade de preservação ambiental.

Aventura e brincadeiras na natureza. Fotos: Reprodução.

Nesse bosque você volta a ser criança e, ao mesmo tempo, encara seus limites, com os brinquedos e obstáculos ao longo da trilha que percorre toda a parte interna do bosque. Uma aventura na natureza, digna de ser vivida com intensidade e, de preferência, em boa companhia.

A segunda parte, de que não é uma cidade turística, é contestável. Curitiba respira cultura, tem teatros espalhados por toda a cidade, conta com um desenho arquitetônico de muita história, museus, restaurantes de excelente qualidade e uma vida noturna bem agitada e para todos os gostos.

Um turista de primeira viagem, pode pegar o ônibus que faz a rota turística e conhecer vários desses pontos: Jardim Botânico, Museu Oscar Niemayer, Ópera do Arame, Mercado Municipal, Estação Rodoviária e alguns dos parques mais famosos, como o Bosque do Papa – construído para recepcionar o papa João Paulo II em sua viagem pelo Brasil, na década de 80 -, o Bosque do Alemão, entre outros.  

Jardim Botânico: experiência sensorial. Foto: Reprodução.

Sou apaixonada pelo Jardim Botânico. É uma experiência que envolve os sentidos – visão e olfato, principalmente. A recém-inaugurada estufa preserva essa sensação, mesmo em estações onde não há predominância das flores. Um outro espaço, o Jardim das Sensações, te convida a uma experiência sensorial, por meio do toque, olfato e audição. Esse espaço esteve fechado durante a pandemia, mas já está novamente aberto ao público.

Outra experiência incrível é uma visita ao Museu Niemayer. A arquitetura em si, já vale a pena ser visitada e o museu tem exposições permanentes. Estive lá há alguns dias e estava acontecendo uma exposição dos Gêmeos e outra de Leonardo Da Vinci. Fiquei gratamente surpresa ao ver a quantidade de pessoas presentes e, em sua maioria, moradores da cidade.

A exposição “OSGÊMEOS:Segredos”, fica em cartaz até o dia 4 de abril e reúne mais de 850 itens – esculturas, fotos, pinturas, instalações, desenhos e cadernos de anotação – dos irmãos Otávio e Gustavo Pandolfo. Se você estiver em Curitiba por esses dias, recomendo uma passada por lá.

Resta dizer, parabéns Curitiba, que segue à risca seu código de posturas, seu ordenamento urbano, que procura a vanguarda nas sugestões de urbanismo e urbanidade e no seu respeito ao meio ambiente (tente mexer em uma árvore de araucária e arque com as consequências), por sua preocupação com a destinação correta do lixo, separando o que é orgânico do que é resíduo reaproveitável. Tudo isso é responsável pela qualidade de vida nesta cidade.

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