Por Roseane Mota*
A expressão que virou mantra no meio corporativo se aplica, também, à vida pessoal. Parafraseando Fausto Silva, “tanto no pessoal quanto no profissional”, problemas existem para serem resolvidos.
Não é assim que eles nos chegam nas aulas de matemática no ensino fundamental? Se você não aprende a resolver, você vai odiar matemática, vai reprovar e, quem sabe, ter um bloqueio que vai te afetar pelo resto da vida.
Por isso, se tem um problema, não deixa que ele se torne maior, jogando-o para debaixo do tapete.
Por uma questão de sobrevivência, o cérebro da gente tende a nos sabotar e nos induzir a fugir do problema. Vem logo aquela vontade de postergar. “Não quero nem me estressar com isso”, ou “deixa quieto, com o tempo, resolve”.
De fato, o tempo é um ótimo remédio para curar as dores da alma, mas a ferida precisa cicatrizar. Enquanto ela não for cuidada, enquanto o remédio certo não for providenciado, será sempre uma ferida aberta. Aquela dorzinha escondida lá no subconsciente, muitas vezes o gatilho da depressão.
Também não precisa transformar tarefas e obrigações cotidianas em problemas. Fazer a declaração anual do Imposto de Renda, por exemplo, é uma obrigação de cidadão. Se não fizer no prazo, você vai pagar multa e, se deixar de entregar, poderá ser processado por sonegação fiscal. Isso, sim, é um problemão.
No profissional, assim como no campo pessoal, se o problema foi gerado por um erro da gente, a melhor solução é reconhecer e tratar de resolver, cortando o mal pela raiz e aprendendo com os erros.
E, se você não foi responsável, também não vai pensando em levar para o seu gestor ou superior, sem que tenha, pelo menos, uma ideia para mitigar o impacto ou resolver em definitivo. “Ninguém gosta de problema. Portanto, quando for reportar uma situação, já leve a solução”. É o que ensina a especialista em desenvolvimento de carreira e CEO da Bússola Executiva, Patricia Y. Agopian.
No mundo corporativo, garante Patrícia, as pessoas com capacidade de resolver as questões mais difíceis são as mais valorizadas.
O engenheiro civil Marcellus Campêlo, titular da recém-criada Secretaria de Estado de Desenvolvimento Urbano e Metropolitano (Sedurb) e da Unidade Gestora de Projetos Especiais do Governo do Amazonas (UGPE), acredita que, por trás de cada problema, tem sempre uma oportunidade de melhoria, seja do nosso comportamento pessoal ou dos processos que criamos para fazer a gestão de alguma tarefa profissional.
“É uma prática salutar, inclusive, após a solução, identificar a causa raiz e traçar um plano de ação para eliminá-la. Assim, você evita ou, pelo menos, cria mecanismos para que não haja recorrência. Na vida pessoal, se a causa raiz está relacionada ao nosso comportamento, também é preciso avaliar e ver quais mudanças precisam ser feitas. Na empresa, a eliminação dessas causas permite a melhoria dos processos e procedimentos”, ensina o gestor.
Portanto, não seja a personificação do problema. Seja a solução.