DA REDAÇÃO
MANAUS – | O Amazonas já conta com mais de 177 mil microempreendedores individuais (MEI), que respondem por 562,2 mil postos de trabalho. Base da economia popular, o empreendedorismo brasileiro revela pessoas que tomam a decisão de buscar novas oportunidades, por talento ou por necessidade.
“É com os micros e pequenos negócios que está o maior número de carteiras de trabalho assinadas e também quem mais emprega. No Amazonas os micro e pequenos negócios empregam mais de 562 mil pessoas em um universo superior a 177 mil empresas”, destaca a diretora superintendente do Sebrae-AM, Lamisse Said Cavalcanti.
Cabelereiros, cozinheiros, eletricistas, jardineiros, motoristas de aplicativo, quem trabalha com alimentos e, de forma geral, quem oferece serviços de diversas naturezas, compõem a lista interminável de profissionais que se tornaram MEIs. Aliás, a figura jurídica do MEI foi criada pensando exatamente para tirar esses profissionais da informalidade e garantir a eles o acesso aos serviços jurídicos e à formalização de profissões independentes.
É o caso, por exemplo, da jornalista manauara Lívia Oliveira, 35, que decidiu deixar de ser empregada para ir em busca de seus objetivos profissionais com independência. O primeiro passo foi buscar a capacitação via oficinas e workshops oferecidos por órgãos voltados para o segmento, seguindo para a formalização como MEI, para garantir acesso a emissão de nota fiscal para serviços prestados como gestora estratégica de comunicação.
“Minha vida profissional deu um salto de qualidade extremamente relevante porque, trabalhando de forma independente, tive mais espaço para colocar em prática os anos de estudo em gestão, planejamento e execução de planos de trabalho, o que era bem difícil fazer em uma assessoria específica, já alinhada com um plano de comunicação mais amplo”, explica.
Como MEI ela foi colecionando experiências em assessorias de empresas de fora do Amazonas como, por exemplo, o Médico Sem Fronteiras, durante a primeira fase da pandemia de Covid-19, em Manaus. Daí, foi um salto para assumir a assessoria de outra empresa nacional, com foco em saúde, também durante a pandemia, período em que assessorou a área não-assistencial do maior hospital de Manaus.
Hoje, morando em Curitiba, e fazendo a assessoria regional (Manaus e Curitiba) para a maior plataforma tecnológica de investimentos do país, ela conta com colaboradores em Manaus e Curitiba, e faz planos para um futuro imediato: ampliar equipe, contratando mais colaboradores para buscar novas parcerias profissionais. “São muitos os desafios, mas é estimulante e, com certeza, mais gratificante, além de alimentar as perspectivas de crescimento”, afirma.
A médica do Trabalho Daniela Souto-Maior de Athayde também trabalha como Pessoa Jurídica (MEI) oferecendo seus serviços a empresas terceirizadas de infraestrutura hospitalar, em Manaus. Ela conta que, desde que se formou em Medicina, trabalhou de carteira assinada e teve várias oportunidades de emprego em indústrias do Polo Industrial de Manaus e, inclusive, no Sistema Fieam. “Me tornei MEI por exigência do mercado”, contou.
“A vantagem é a maior flexibilidade no horário de trabalho. Muitas vezes, para manter um emprego em um hospital, por exemplo, as pessoas precisam ficar além do seu tempo de trabalho, como MEI eu não preciso passar por isso”, diz. “A desvantagem, por outro lado, é que você não tem acesso a alguns benefícios trabalhistas. Mas estou contente com a minha opção”, revelou.
Brenda Camila Venâncio Pereira, 30, formada em Gestão de Recursos Humanos, começou com a venda de sorvetes, passou para a venda de dindim nas feiras, depois tentou a venda de roupas. Três tentativas fracassadas não foram impedimento para ela continuar atrás do seu sonho. Com o irmão, começou a vender quadros decorativos e uma ideia puxou a outra, e ela acabou se dedicando também a produzir caixas e embalagens para presentes. “Estudei muito o mercado de cartonagem para poder seguir no negócio”, conta. A empresa dela é de característica familiar, pois ela mantém o negócio com um irmão e conta com a colaboração da mãe. Branda é MEI.
O fato de os personagens dessa matéria serem mulheres não é mera coincidência. Elas estão à frente de 10,1 milhões de negócios, respondendo por 34% do empreendedorismo no país, de acordo o Sebrae, com base nos dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnadc), de março deste ano.
SEMANA DO MEI – Assim como Lívia, Daniela e Brenda existem outros 14 milhões de microempreendedores individuais, micro e pequenos empresários, no Brasil. Para esses empreendedores individuais, o Sebrae Brasil e Amazonas dedicam uma semana inteira de atividades que, virtualmente termina nesta sexta-feira (20), mas presencialmente se estende até o final da primeira semana de junho, com uma gama de atividades que está sendo realizado em Manaus, municípios do interior e, de forma geral, em todo o país. Além das questões mais cotidianas do empreendedor, as atividades também têm foco marcante na inspiração e no comportamento empreendedor do século XXI.
De 31 de maio a 03 de junho, haverá programação presencial, com lançamento no Manauara Shopping, no dia 31 de maio, às 15h, com credenciamento gratuito no local e pelo site www.lojasebraeam.com.br.
Haverá mentorias de empreendedorismo, finanças, transformação digital e inovação. Estandes de bancos e empresas estarão à disposição do público.
Outras ações também serão realizadas nas setes sedes do Sebrae no interior (Tabatinga, Tefé, Coari, Manacapuru, Humaitá, Parintins e Itacoatiara); na sede do Sebrae na avenida Leonardo Malcher, no Centro, no Sebrae Aleixo, no Shopping Manaus ViaNorte; no Studio 5 Shopping e Convenções, no Shopping São José; na Rymo da Amazônia, na Setemp e haverá blitz de atendimento nas galerias populares.
Serão ofertadas 154 atividades como oficinas, palestras, masterclass, consultoria e mentoria, nas áreas de empreendedorismo, finanças, transformação digital e inovação.
