DOCUMENTÁRIO: O peixe que conecta a Amazônia e é termômetro ambiental

O peixe amazônico é considerado o de maior distância de migração. FOTO: Divulgação.

BRASIL – | É comum ouvirmos falar que a Amazônia é a maior floresta tropical do planeta, mas a bacia hidrográfica do Rio Amazonas, a Bacia Amazônica, também é a maior do mundo. Só o Rio Amazonas (por coincidência, o maior do mundo) tem uma extensão 6.992 km, uma distância que deixaria qualquer piloto de rally assustado.

Mas, de acordo com os cientistas, a dourada (brachyplatystoma rousseauxii) – ou dourado, como é mais conhecido no Amazonas –  é uma espécie de peixe que percorre toda a bacia, um feito impressionante que traz junto um processo evolutivo de adaptação às diferentes condições ao longo de toda a região.

“A dourada é a espécie de água doce com a maior distância de migração conhecida, da cabeceira ao delta do rio Amazonas para se alimentar e depois percorrer outros 5 mil quilômetros”, detalha Paulo Petry, Cientista Sênior TNC na América Latina.

Por percorrer tantos quilômetros, a dourada funciona como indicador biológico das condições da bacia. “Desmatamento ou poluição, por exemplo, podem alterar a migração da dourada”, explica o cientista.

A trajetória desse peixe amazônico é contada no documentário  “Jornada Épica, a migração da dourada conectando vidas na Bacia Amazônica”, que terá lançamento oficial em julho e tem trailer disponível no YouTube. O documentário foi dirigido por Benjamín Soto e Cristóbal de Alba, com apoio da The Nature Conservancy (TNC), e destaca a relação da migração com o rio, as comunidades e as florestas. 

No filme, Soto e Alba abordam a migração da dourada pelos rios amazônicos e mostram a importância do peixe e as conexões ao longo da maior bacia hidrográfica do mundo, ressaltando a necessidade da conservação da água doce da Amazônia. Além disso, ao longo de todo o rio, a dourada conecta histórias e comunidades, sendo fonte de sustento de muitas famílias ribeirinhas e movimentando a economia.

CONSERVAÇÃO – Além de mostrar a migração da dourada e sua importância como indicador biológico e fonte de subsistência, o documentário também mostra como a conservação dos rios é fundamental para a qualidade de vida e a economia das comunidades ribeirinhas.

No Brasil, foram entrevistados representantes de comunidades paraenses na Bacia do Tapajós e em Soure, que têm vivenciado as transformações dos rios nos últimos anos e trabalhado pela sua conservação.

Nas comunidades de Suruacá, Aracampina e várias outras da Bacia do Tapajós, o projeto Águas do Tapajós, com o apoio da TNC, tem contribuído para o ampliar o conhecimento sobre o uso sustentável dos recursos aquáticos e a conservação da biodiversidade de água doce na região, por meio do monitoramento participativo e apoio às comunidades ribeirinhas em sua organização, governança e gestão comunitária.

Já Soure, na Ilha do Marajó, que já foi um importante polo de pesca de dourada no passado, hoje movimenta a sua economia pesqueira com outras espécies de peixe, devido ao baixo volume de pesca de dourada na região, hoje demarcada pela Reserva Extrativista Marinha de Soure.

Fonte: TNC

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