Desbravando Buenos Aires, Tigre e Bariloche, na Argentina, e Colonia Del Sacramento, no Uruguai

Fiz uma viagem de uma semana para a Argentina e Uruguai e vou contar tudo.

Antes de viajar, procurei me informar de tudo que iria precisar e fui bem preparada para não ter que enfrentar qualquer imprevisto que pudesse dificultar minha estada.

Primeiro que na Argentina existem vários câmbios e você pode perder dinheiro se não souber disso (e todos são legalizados). Baixei um aplicativo chamado Western Union, e nele transferi dinheiro pra mim mesma de reais para pesos argentinos. Saquei nos quiosques que tem aos montes na cidade. Apesar de pagar taxas pela transação, ainda saiu melhor que fazer com os cambistas e muito menos arriscado, já que o lugar funciona como banco. É super fácil de usar e a graninha fica disponível em um minutinho. O bacana é que você pode trocar de acordo com a sua demanda e não passa sufoco e nem volta com pesos para o Brasil. Eu voltei com 170 pesos, que é o equivalente a 2 reais.

Nessa semana, além de Buenos Aires, visitei também Tigre e Bariloche, na Argentina, e Colonia del Sacramento, no Uruguai.

O transporte público em Buenos Aires funciona muito bem e você não precisa esperar muito, porém, é indicado ter um cartão (SUBE) que pode ser usado para qualquer tipo de transporte. O mesmo cartão pode ser compartilhado por várias pessoas. No ônibus, você avisa ao motorista onde quer ficar e ele calcula o valor da tarifa, cobrando de acordo com o número de passageiros, ou seja, não é uma tarifa única, e se você for fazer um trajeto curto, paga menos. Outra vantagem, é que se o seu crédito acabar, o cartão te faz uma espécie de “empréstimo”, que será descontado na sua próxima recarga. As agências de turismo providenciam esse cartão, mas você pode adquirir em um dos vários quiosques na cidade.

Na Argentina não se come arroz e feijão com facilidade, mas se você optar por um flat ou Airbnb, pode comprar e fazer em casa…em restaurantes normais é zero chance de encontrar.

Faça um roteiro do que você quer visitar, otimizando, assim, o tempo e conseguindo aproveitar ainda mais a viagem…se prepare pra andar se quiser conhecer muitas coisas lindas nessa cidade que contrasta o antigo com o moderno.

Não é uma cidade perigosa de modo geral, mas convém ficar atento para não perder o celular na hora das fotos.

Sugestões de roteiro:

Praça San Martin, rua Florida, Galeria Pacífico, Catedral, Casa Rosada, café Tortoni, Obelisco, Congresso da Nação. Todos esses pontos são próximos uns dos outros e dá pra fazer em um dia.

Bosques de Palermo, Rosedal, Planetário, Jardim Japonês, Eco Parque e Jardim Botânico. Esses também são próximos e maravilhosos, Palermo Hollywood é bom pra ir à noite para os bares.

Recoleta, onde fica o cemitério que está Evita (eu não fiz essa visita), faculdade de direito, rosa metálica e o Malba (museu maravilhoso onde você vê obras de Portinari, Berni e o Abaporu de Tarcila do Amaral)

La Boca, San Telmo e Puerto Madero. Esses são um pouco distantes um do outro, mas de transporte público vai bem fácil e você não pode deixar de ir.

Tigre

Existem duas opções por agência e não sai caro. Uma delas é ir e voltar por estrada e pegar um passeio lá pelo rio que é maravilhoso, e existe a outra opção, que foi a que fiz, que é sair de Buenos Aires de barco e fazer o trajeto de 2 horas até chegar na pequena, mas charmosa cidade. No percurso, você vai recebendo todas as informações de como tudo funciona e como as pessoas vivem ali. Nas duas opções você é deixado no mercado de frutas que é um ponto que tem de tudo mesmo, como roupas, artesanatos e muito mais, porém, os melhores dias pra visitar são de quinta a domingo, porque nos demais muitos boxes estão fechados. É um lugar bem bacana pra tirar fotos fantásticas. Lá tem um grande parque de diversões, mas no passeio que fiz não tinha tempo pra ir lá.

Deve ser bom também ir de carro por conta própria. Se for um grupo de mais de 3 pessoas acho que compensa muito e você tem mais liberdade de circular e decidir o tempo que quer ficar em cada ponto, mas tente fazer o passeio de barco para ter todas as informações de como tudo funciona na área.

Bariloche

Quando decidi ir a Bariloche, pesquisei os preços das passagens nas aéreas tradicionais e desisti do passeio, pois iria passar só dois dias lá pagando quase o mesmo preço que para Buenos Aires (R$ 1200), aí um amigo me falou que havia umas empresas de low cost dentro da Argentina e achei a passagem por 400. Comprei com a Flybondi, mas não espere conforto e se quiser consumir alguma coisa durante o voo tem que pagar e não é barato, e só lembrando que estou falando de uma viagem no outono, pois no inverno tudo muda por ser temporada de skis. Contratei um Airbnb por 199 a diária para 5 pessoas muito bem acomodadas e bem próximo da rua Mitre, onde tudo acontece na cidade. Aluguei um carro e fiz o famoso circuito Chico. Impossível dizer qual o ponto mais bonito para contemplar as belezas do lugar. Nesse circuito, você segue uma estrada e faz um loop voltando para a cidade e pode ver pontos de mirante deslumbrantes. Cuidado ao usar Maps que ele pode te direcionar para lugares estranhos, por exemplo, quando coloquei Cerro Campanario, fui parar em uma espécie de favela que tinha uma rua com esse nome. Uma outra desvantagem de estar de carro é lugar para estacionar na cidade, e olha que nem fui em alta temporada.

Na volta para a cidade você pode dar uma parada na fábrica de chocolate da Havanna que também tem um museu e exposição de animais feitos de chocolate. É tudo lindo e delicioso.

Não pode deixar de visitar também a rua Mitre e suas lojas muito sofisticadas, além das famosas casas de chocolate Del turista, Mamuschka e Rapanui.

No começo da Mitre tem o centro cívico com muita coisa bonita pra ver e um museu com 6 salas, cada uma com um foco de apresentação.

Em Bariloche tem 10 pontos da Western Union, então não tem problema para sacar dinheiro.

Quando cheguei na cidade às 7:30 da manhã fiquei chocada com o belíssimo nascer do sol, mas no dia seguinte ele só apareceu às 8:30 da manhã e isso dá oportunidade pra todos apreciarem essa maravilha da natureza sem precisar madrugar.

Lá é bem frio e mesmo a temperatura estando em 12 graus a sensação era de muito mais baixa, então vá preparado, mas vale muito a pena fazer essa visita.

A vida noturna lá também é bem movimentada nos bares e chocolaterias na rua Mitre.

Sugestão de roteiro: o circuito Chico é só seguir a estrada Exequiel Bustillo e parar na Playa Bonita, Cerro Campanario (passeio de teleférico para um ponto bem alto que te dá a visão completa de todas as áreas e é difícil escolher o melhor ponto de fotografia), Capilla de San Eduardo, hotel Llau Llau, Punto Panoramico, cerro Otto e cerro Catedral, além de outros pontos que vão surgindo no caminho.

Se você quiser ir direto ao Cerro Campanário, coloque no Maps Confitería del Cerro Campanário para não parar em lugar errado.

Colonia del Sacramento

A visita a Colonia, no Uruguai, foi uma maravilhosa surpresa porque o lugar é deslumbrante com muita história, vista maravilhosa e um por do sol inesquecível.

Atravessei de Buenos Aires pra lá de ferryboat em uma viagem de uma hora. Quando cheguei lá, tive a assistência de uma guia que teve todo o cuidado de falar devagar pra eu entender tudo já que não falo espanhol, mas consigo entender se não for muito rápido. Lá visitei por fora a praça de touradas e vi as praias de rio que parecem muito mais de mar. Depois, fui ao centro histórico onde conheci as histórias das batalhas entre portugueses e espanhóis pela posse das terras. Esses embates estão memorizados em todo lugar com as construções de ambos os povos e que depois das explicações da guia você consegue diferenciar com muita clareza. Há muitas ruínas que dão um grande charme às fotos.

Você consegue fazer a travessia no ferry, que é aberto a qualquer pessoa, e visitar a cidade sozinho, mas vai fazer uma grande diferença conhecer a história e assim apreciar a arquitetura com conhecimento, senão vai ser só uma cidadizinha bonitinha do outro lado do rio.

Em Colonia, como eles chamam, a moeda é pesos uruguaios, que é bem mais valorizada que a da Argentina. Lá, eles aceitam dólares, pesos argentinos e até reais. O pagamento feito no cartão de crédito em reais recebe um incentivo do governo local com um abatimento de até 20%. O câmbio lá é de 7 pesos por 1 real e isso deixa tudo mais caro que na Argentina.

É impressionante a quantidade de brasileiros lá.

No final da tarde todo mundo se encontra nas praias e nos arredores delas para assistir a um por do sol lindíssimo.

Não precisa de muito tempo lá porque ela é realmente pequena, com um pouco mais de 27 mil habitantes, e dá pra visitar em um dia.

O Rio de La Plata, que banha a cidade, é belíssimo e realmente merece ser chamado de Mar del Plata.

Dulce Guimarães
Dulce Guimarães
Dulce Guimarães- Professora de inglês, guia de turismo, formada em Pedagogia e Empreendedorismo pela Universidade Anhanguera. Amazonense, mora em São José dos Campos, interior de São Paulo. Gosta de viajar, descobrir novas emoções e compartilhar informações úteis para futuros viajantes.

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