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MANAUS -| Equipes da Fundação Nacional do Índio (Funai), da Força Nacional e da Polícia Federal retomaram, nesta terça-feira (7), as buscas pelo indigenista Bruno Araújo Pereira e o jornalista inglês Dom Phillips, correspondente do jornal “The Guardian”, que estão desaparecidos desde domingo (5) no Vale do Javari, no Amazonas.
A informação foi publicada pelo ministro da Justiça e Segurança Pública, Anderson Torres, no Twitter.
De acordo com a União das Organizações Indígenas do Vale do Javari (Univaja), Phillips seguia para uma localidade chamada Lago do Jaburu para entrevistar indígenas, acompanhado de Pereira.
Em entrevista à CNN, a auxiliar de coordenação da Univaja, Soraya Zaiden, afirmou que não considera a possibilidade de que os dois tenham se perdido na região.
“Nós nem consideramos essa possibilidade. O Bruno conhece muito bem a região, conhece muitíssimo bem. E ele já trabalhou ali por vários anos. O Dom já participou de algumas expedições que Bruno coordenou, principalmente no período que ele estava na Funai. Então não se cogita, essa possibilidade não existe”, disse. “Infelizmente, a gente acredita que possa ter ocorrido algum evento de gravidade maior”, completa.
O delegado da Polícia Federal (PF) Eduardo Fontes afirmou à CNN que as buscas estão sendo realizadas em parceria com a Marinha de barco e sobrevoando a região. “Estamos com a Marinha no rio e sobrevoando a região para tentar encontrar os desaparecidos”, disse Fontes.
Ameaças – Soraya Zaiden afirma que a região é alvo de ações ilícitas e que a equipe da Univaja já chegou a receber ameaças anteriormente. “A região é de conflito, temos muitos ilícitos acontecendo, tem tráfico de drogas, região narcotráfica e de fronteira, e temos extração de madeira, pesca ilegal, mineração, tudo isso acontecendo […] isso explica muito as ameaças que nossas equipes vêm sofrendo já há algum tempo”, disse. Segundo Soraya, as ocorrências têm sido notificadas pelo grupo às autoridades.
Em nota, o Itamaraty afirmou que o governo brasileiro acompanha o caso com muita preocupação.
“Mobilizado desde logo, o Departamento de Polícia Federal (PF) está atuando naquela região e tomando todas as providências para localizá-los o mais rápido possível. A PF fez repetidas incursões e tem contado com o apoio da Marinha do Brasil, que se somou aos esforços nos trabalhos de buscas de ambos os cidadãos”, diz a nota, acrescentando ainda que o governo continuará acompanhando as buscas e que, em hipótese de o desaparecimento ter sido causado por atividade criminosa, todas as providências serão tomadas para levar os perpetradores à Justiça”.
Também em nota, a Polícia Federal informou que desde que tomou conhecimento do desaparecimento do indigenista e do jornalista, vem realizando medidas investigativas e de inteligência policial visando o esclarecimento dos fatos e a resolução do caso.
Informa, ainda, que desde a segunda-feira (6), com o apoio da Marinha, foram realizadas incursões na calha do Rio Itaquaí, mais precisamente no trecho compreendido entre a frente de proteção etnoambiental itui-itauqai e o município de Atalaia do Norte/AM, região noroeste do Amazonas.
“Das diligências efetuadas foi possível identificar 02 (duas) pessoas que tiveram contato com os desaparecidos, as quais foram encaminhadas à Polícia Civil de Atalaia do Norte para prestar esclarecimentos. Porém, nenhuma delas foi presa”, diz a PF, informando, ainda, da retomada das buscas na manhã de hoje, com apoio de helicóptero para sobrevoo da região.
Com informações da CNN Brasil