Dengue, um problema ambiental!

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Sim, o dengue é considerado um problema ambiental, pois a transmissão do vírus ocorre, principalmente, através da picada do mosquito Aedes aegypti, que se reproduz em locais com água parada.

A doença tem uma longa história, no entanto, os primeiros relatos que se assemelham aos sintomas do dengue datam do século XVIII. A confirmação do vírus do dengue como agente causador da doença ocorreu mais tarde, em 1943, por meio de estudos realizados durante uma epidemia nas Filipinas. Desde então, houve avanços significativos no entendimento e controle da doença.

No Brasil, alguns fatores que contribuem para o aparecimento e a gravidade da doença. As condições climáticas favoráveis, com temperaturas elevadas e chuvas frequentes, proporcionam um ambiente propício para a proliferação do mosquito Aedes aegypti, vetor do dengue. Além disso, a urbanização rápida e desordenada, principalmente com a ausência de saneamento, colabora com a presença de áreas com acúmulo de água, o que facilita para a reprodução do mosquito. A diversidade genética dos sorotipos do vírus do dengue também é um fator adicionante. Sabemos que a exposição a diferentes sorotipos aumenta o risco de formas mais graves da doença.

A mobilidade populacional e a falta de infraestrutura adequada para controle do vetor contribuem para a disseminação da doença. A conscientização da população sobre medidas preventivas e a implementação eficaz de estratégias de controle são essenciais para reduzir a gravidade do dengue no Brasil.

Para evitar a doença, é fundamental adotar medidas básicas preventivas, como: eliminação de criadouros que possam acumular água parada; limpeza e fechamento correto de caixas d’água; uso de telas (mosqueteiro) e de repelentes; utilização de calças e camisas de manga longa, principalmente ao amanhecer e entardecer, períodos mais ativos do mosquito; descarte adequado do lixo, evitando que acumule água; e evitar o excesso de água em vasos e “pratos” para plantas. Também é importante ajudar a conscientizar familiares, amigos e vizinhos, para que adotem ações de prevenção.

Existe, ainda, o controle biológico. Ou seja, os animais podem ajudar a controlar as larvas do mosquito Aedes aegypti, entre eles, destaca-se o peixe conhecido como “guppy” ou “lebiste”. Esses pequenos peixes têm uma preferência por larvas de mosquitos na sua alimentação.

Além dos peixes, algumas aves, como galinhas, também consomem larvas de mosquitos. No entanto, é importante notar que a introdução de peixes ou outros animais em ambientes aquáticos deve ser feita com cuidado, para evitar perturbações nos ecossistemas locais. Programas de controle biológico devem ser conduzidos de maneira responsável e em conformidade com as regulamentações ambientais.

Algumas vacinas contra dengue já estavam em desenvolvimento e algumas até foram aprovadas em alguns países. O desenvolvimento contínuo de vacinas e a pesquisa na área são cruciais para enfrentar os desafios apresentados pela doença.

A primeira remessa da vacina contra o dengue, que será oferecida pelo Sistema Único de Saúde (SUS), chegou ao Brasil no dia 20 de janeiro, com 720 mil doses do imunizante Qdenga. O público-alvo serão crianças e adolescentes de 10 a 14 anos. Essa faixa etária concentra o maior número de hospitalizações pela doença.

Até a primeira quinzena de fevereiro, o Brasil tinha chegado à marca de meio milhão de casos prováveis de dengue, de acordo com relatório do Painel de Monitoramento de Arboviroses, do Ministério da Saúde. O número de casos quadruplicou em comparação com o mesmo período de 2023, quando foram registrados 128.842 casos.

Todos contribuindo na adoção das medidas, é possível reduzir significativamente o risco de transmissão do dengue e contribuir para o controle da doença!

Artigo publicado originalmente no Portal A Crítica.

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