Defensoria faz alerta sobre intoxicação digital

Projeto da DPE pretende auxiliar os pais a evitar a superexposição de crianças aos aparelhos eletrônicos. FOTO: Reprodução.

MANAUS – | A Defensoria Pública do Estado do Amazonas (DPE-AM), por meio do projeto Defensoria Pública Digital, elaborou um guia rápido para auxiliar mães e pais a combaterem o uso excessivo das telas por crianças e adolescentes. De acordo com especialistas da área da saúde, a superexposição no universo on-line pode causar consequências no desenvolvimento do público infanto-juvenil. Em breve, a cartilha vai estar disponível gratuitamente no site defensoria.am.def.br para download.

Segundo o defensor público Marcelo Pinheiro, coordenador do projeto, a pandemia aumentou o tempo das pessoas em casa, e consequentemente, o uso de dispositivos eletrônicos. “Dentro desse novo mundo, novos problemas estão surgindo. Então, a Defensoria quer tomar a dianteira desse processo para analisar e estudar os impactos que a era digital está trazendo e tutelar, da melhor forma possível, os direitos e interesses daqueles que são os usuários dos nossos serviços”, destacou.

Defensor Marcelo Pinheiro. FOTO: Evandro Seixas/DPE-AM

A cartilha “Crianças e adolescentes no mundo virtual” foi confeccionada com auxílio da analista jurídica do projeto Rebecca Matos, de profissionais multidisciplinares da comunicação e saúde, e conta com dicas sobre como identificar a intoxicação digital em crianças e adolescentes, além de orientações de como lidar com o caso, tendo uma linguagem simples e didática. “Quando você percebe que essa criança ou adolescente não tem mais uma rotina, não interage com outras pessoas, está com o sono prejudicado e não consegue mais desenvolver algumas tarefas do dia a dia, isso é um sinal de alerta. É necessário criar estímulos, rotina de atividades e incentivar o ócio criativo”, explica a psicóloga Karine Ramos.

Embora seja uma questão sensível, a psicóloga afirma que a mãe não deve se culpar caso não consiga controlar as atividades dos filhos. “A gente sempre orienta que o ideal é fazer combinados com a criança. Estipular horários para usar um telefone ou tablet, mas também combinar um horário para ela brincar com outros brinquedos, interagir com outras pessoas, fazer atividades em família. Isso vai ajudar no processo de desenvolvimento, afinal somos seres sociais”, afirmou.

Além de disponibilizar o guia rápido no site da Defensoria, o projeto pretende, futuramente, levar o conteúdo da cartilha para os alunos da rede pública de ensino da capital e do interior. “Estamos apenas no começo, porque é tudo novo e essa era traz vários benefícios, mas também traz consigo uma série de problemas que passam por todas as áreas de atuação da Defensoria Pública. Eles atingem a nossa vida como um todo, então interessa à DPE, que é feita por pessoas e para pessoas”, concluiu o defensor.

Dicas – Como identificar a intoxicação digital? Observando. Se a criança ou o adolescente deixou de fazer atividades até então prazerosas e passa a substituí-las pelo uso de tecnologias, afetando relacionamentos, alimentação, atenção, sono e etc, esse é um sinal de alerta. Outra sugestão é estipular tempo de uso de telas, de acordo com a faixa etária, mas também é importante incentivar outras brincadeiras, estimulando a imaginação, além da prática de esportes.

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