COP 27: Lula diz que o Brasil está de volta, critica gastos em guerras e cobra combate à fome

Em seu discurso, o presidente também “candidatou” o Brasil a sediar a COP-30 em 2027. FOTO: Reprodução.

REDAÇÃO

MANAUS – |Em sua primeira viagem internacional após ser eleito no final de outubro passado, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) propôs uma aliança global para combater a fome em todo o mundo.

“Este é um desafio que se impõe a nós brasileiros e aos demais países produtores de alimentos. Por isso, estamos propondo uma aliança mundial pela segurança alimentar, pelo fim da fome e pela redução das desigualdades, com total responsabilidade climática”, disse Lula no discurso.

Ele também cobrou dos países ricos o cumprimento da promessa de recursos para enfrentamento dos efeitos das mudanças climáticas nos países mais pobres.

A fala do presidente eleito foi feita na Cúpula do Clima (COP-27) da Organização das Nações (ONU), em Sharm el-Sheik, no Egito, onde ele está a convite do presidente do país, Abdel Fatah al-Sissi. Com duras críticas ao governo Bolsonaro, Lula disse que “o Brasil está de volta”, referindo-se ao cenário mundial.

“A frase que mais tenho ouvido dos líderes de diferentes países é a seguinte: ‘O mundo sente saudade do Brasil’. Quero dizer que o Brasil está de volta”, afirmou.

O pronunciamento, de quase 40 minutos, teve tempo suficiente para Lula fazer severas críticas aos gastos de trilhões de dólares em guerra, enquanto 900 milhões de pessoas no mundo passam fome. Nesse sentido, Lula propôs uma Aliança Mundial pela Segurança Alimentar, pelo fim da fome e pela redução das desigualdades.

Ele também cobrou dos países ricos o cumprimento de acordos climáticos e compromissos de financiamento de ações ambientais nos países mais pobres. Ele também pediu a inclusão de mais países no Conselho de Segurança da ONU e o fim do privilégio do veto de alguns países.

De sua parte, o presidente eleito prometeu esforços para zerar o desmatamento até 2030 e punir garimpo, mineração, extração de madeira e agropecuária indevida. Também confirmou a criação do Ministério dos Povos Originários.

COP 30 – Lula apresentou, em seu pronunciamento, a proposta de que o Brasil seja a sede da COP 30, em 2025, em estado amazônico. Propôs, também, a formação da Cúpula dos Países Membros do Tratado de Cooperação Amazônica, com Brasil, Bolívia, Colômbia, Equador, Guiana, Peru, Suriname e Venezuela.

E afirmou, também, que o agronegócio será aliado estratégico na busca por agricultura sustentável.

Ah, o mercado – Na Cúpula do clima, o discurso de Lula foi ovacionado. Mas, por aqui, no âmbito do mercado, foi ignorado. Logo após a fala do presidente, o Índice Bovespa caiu 2,30% e não foi por conta da fala de Lula.
“O mercado ficou indiferente ao discurso do Lula na COP 27”, diz Juan Espinhel, especialista em investimentos da Ivest. “Tinha bastante coisa acontecendo fora a conferência, principalmente com o petróleo caindo lá fora e a incerteza com a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Transição”, explica.

“Os movimentos observados na sessão de hoje, com a bolsa operando com forte baixa e os juros futuros em alta, sugerem que as atenções se concentram, na verdade, nos rumores sobre possíveis nomes para o Ministério da Fazenda, ou até mesmo a exclusão dos pagamentos de benefícios sociais do teto de gastos pelos próximos quatro anos”, destaca Matheus Pizzani, economista da CM Capital.

Com informações do G1 e Estadão

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