Acidentes de trânsito caem no Amazonas, mas aumenta o número de vítimas fatais

Os acidentes envolvendo motocicletas ainda são maiores no Amazonas. Foto: Reprodução

DA REDAÇÃO

MANAUS – | Os acidentes de trânsito com vítimas fatais aumentaram em 6% no Amazonas, no ano passado, com um total de 329 mortes, embora 2021 tenha sido pontuado por períodos de isolamento social, com restrições de circulação de pessoas e funcionamento de bares e restaurantes.
A boa notícia é que o número de acidentes de trânsito apresentou redução de 37% em 2021, comparado com 2020. De janeiro a dezembro do ano passado foram registrados 9.212 acidentes no estado, contra 14.569 em 2020.

Os dados se referem à soma dos acidentes envolvendo vítimas fatais, vítimas lesionadas e danos materiais, de acordo com o Departamento de Trânsito do Amazonas (Detran-AM). A redução ocorreu em acidentes com danos materiais (45%) e com vítimas lesionadas 24%. No Amazonas, a frota circulante chega próximo de um milhão de veículos – 457.028 carros de passeio, 389.367 motocicletas, motonetas e ciclomotores e 134.861.

As maiores causas de acidentes de trânsito são os atropelamentos e as colisões entre motocicletas e carros, na capital. E no interior, os atropelamentos e as quedas de motocicletas.

Embora sejam os maiores causadores de mortes nas vias do Amazonas, os atropelamentos tiveram uma diminuição de 4% na comparação entre 2021 e 2020. Em números absolutos, 90 pessoas foram vítimas de acidentes fatais desse tipo no ano passado, e 94 em 2020. Os números chegaram a assustar no primeiro semestre de 2021, com aumento de acidentes fatais envolvendo motos crescendo em 22,6%.

Somente nos dois primeiros meses de 2022, os acidentes com motos levaram 919 pessoas para atendimento da rede hospitalar de Manaus. Em 2020, de acordo com a Secretaria de Estado de Saúde (SES-AM) foram realizados 13.954 atendimentos por acidentes de trânsito. Destes, 8.966 foram acidentes de moto. Já em 2021, de janeiro a dezembro, os HPSs realizaram 14.809 atendimentos de pessoas vítimas de acidentes de trânsito, sendo 9.775 por acidente de moto.

Os números são referentes aos atendimentos realizados nos Hospitais e Prontos-Socorros (HPSs) Platão Araújo, 28 de Agosto e João Lúcio Pereira Machado e não incluem os atendimentos realizados nos nove Serviços de Pronto Atendimento (SPA) e nas duas Unidades de Pronto Atendimento (UPA 24h).

Para minimizar os números de acidentes de trânsito envolvendo motocicletas, tanto o Governo do Estado quanto a Prefeitura de Manaus têm programas destinados à educação no trânsito para esses condutores. O Detran-AM oferece cursos de especialização e atualização para mototaxistas, como parte do projeto “Motociclista Legal”. Já o IMMU oferece cursos também destinados a profissionais que utilizam motocicletas como instrumento de trabalho.

O agente de trânsito Francisco Rodrigues é instrutor de um dos cursos on-line oferecido pelo IMMU. “A primeira abordagem é quanto à segurança do motociclista, então, a orientação são: equipamentos obrigatórios em ordem, capacete com viseira fechada, transparente, jugular fechada. Esses itens precisam estar em ordem. Isso não dá a segurança real, porque motociclista não tem parabrisa e ele cai quando para o veículo abruptamente. Então, precisa se colocar seguro”, aconselha.

“A moto é um equipamento seguro, mas essa segurança é projetada pelo condutor”, afirma. “Como é um veículo de deslocamento rápido, isso leva alguns condutores a assumir posturas de risco, entre elas, transitar entre veículos e também a velocidade. Equipamentos devem estar devidamente revisados”, reafirma.

PLANO GLOBAL – Mais de 3,5 mil pessoas morrem todos os dias vítimas de acidentes de trânsito, em todo o mundo, o equivalente a 1,3 milhão de mortes, 50 milhões de pessoas lesionadas por ano, de acordo com dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), que estima o impacto de 1% a 1,5% do PIB dos países como consequência desses acidentes. A OMS também diz que os acidentes de trânsito são uma das principais causas de morte em todo o mundo e também a principal causa de morte de crianças e jovens.

A estimativa do órgão é que os acidentes devem provocar 13 milhões de mortes e deixar 500 milhões de pessoas lesionadas na próxima década (até 2030), especialmente em países de baixa e média renda. “A perda de vidas e meios de subsistência, as deficiências causadas, a tristeza e a dor e os custos financeiros por acidentes de trânsito representam um preço insuportável para famílias, comunidades, sociedades e sistemas de saúde”, declarou Tedros Adhanom Ghebreyesus, diretor-geral da OMS, que lançou, em outubro do ano passado, o Plano Global para a Década de Ação pela Segurança no Trânsito (2021-2030).
“Muito desse sofrimento é evitável, tornando as vias e os veículos mais seguros e promovendo caminhada, bicicleta e maior uso do transporte público com segurança. O Plano Global para a Década de Ação pela Segurança no Trânsito apresenta as etapas práticas e baseadas em evidências que todos os países e comunidades podem adotar para salvar vidas”, disse.

O Plano Global foi desenvolvido pela OMS e pelas Comissões Regionais das Nações Unidas, em cooperação com parceiros na Colaboração das Nações pela Segurança no Trânsito, para dar apoio à implementação da Década de Ação 2021 – 2030 e seus objetivos. A meta é reduzir em 50% o número de mortes e pessoas lesionadas por acidentes de trânsito.

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