Um prêmio para o despertar

No último dia 21 de julho, recebi com surpresa e euforia, a notícia de que estava na final do Prêmio Top Mega Brasil de Comunicação Corporativa 2023, concorrendo na categoria Executiva de Comunicação Top 5 do Norte e Top 10 Brasil. Trata-se de uma das mais importantes premiações da comunicação pública e privada do País. A finalíssima, marcada para o dia 30 de agosto, antecederá o 26º Congresso Mega Brasil, que acontece de 1° a 2 de setembro, na Unibes Cultural, em São Paulo.

A notícia da minha indicação à final, rapidamente, me fez voltar cerca de um ano no tempo, precisamente na noite do dia 17 de agosto de 2022, quando eu chegava ao mesmo endereço para participar da abertura da 25ª edição do congresso e onde essa história (da indicação para o prêmio) começou. Naquela ocasião, o congresso estava sendo retomado, após um intervalo de dois anos, por conta da pandemia de Covid-19.

O que me levou até lá foram os temas de vanguarda e atualidade voltados às tendências e conceitos de inovação, como Metaverso, Inteligência Artificial, a Neurociência e a Web3 aplicados à Comunicação, ESG e a humanização do capitalismo, além de um debate sobre ameaças à democracia com os ataques sofridos pela imprensa naqueles tempos frenéticos.

Como todo mortal que sobreviveu aos dois anos anteriores de pandemia, ainda estava impactada e, ao mesmo tempo, querendo me adaptar à “normalidade”, que começávamos a vivenciar e ao ritmo alucinante de tudo. Também, estava ansiosa com a sensação de querer fazer diferente e, naquele momento, a programação da Mega Brasil era tão atraente quanto uma vitrine de doces coloridos ou um igarapé de água gelada no calor do verão amazônico.

Mas, ali, tinha algo a mais. Tanto na programação quanto na plateia, estavam executivos, parte deles diretores e gerentes de Comunicação de empresas como General Motors (GM), McDonald’s, Janssen, só para citar alguns. Eu, inclusive, estava acompanhada de duas executivas de Manaus, Margareth Queiroz, sócia da Três Comunicação, que na ocasião abocanhou o troféu de melhor Agência de Comunicação do Norte, e a Eneida Marques, da Dialógica Comunicação Digital.

E isso soou como um chamado. Tinha acabado de completar 50 anos de idade assumindo um desafio novo de trabalho na Unidade Gestora de Projetos Especiais (UGPE) do Governo do Amazonas. Vinha, também, de um processo de recuperação da saúde, voltando da cirurgia de vesícula, com diagnóstico de gastrite aguda, intolerância à lactose e uma crise de insônia que me fazia dormir, em média, quatro horas por dia.

Após o pit stop na enfermaria, me sentia bem melhor com as possibilidades de crescimento no novo emprego, dada a natureza da UGPE, órgão referência em realizar projetos de excelência dentro do governo.

E, ali, na plateia do congresso ou no momento de cofee break, entre um intervalo e outro, quando a gente aproveita o evento para o network, algo me instigava: a maioria dos profissionais eram executivos, enquanto eu me apresentava como assessora, que numa empresa corresponde ao analista, uma técnica.

Lembro de, no hotel, comentar com a Margareth Queiroz, a quem tenho como mentora e que me convidou para o congresso, que gostaria de ser reconhecida como uma executiva de Comunicação. Ela disse: competência você tem.

Sim, nunca tive dúvida das minhas competências, mas sabia que ainda não tinha o que no mundo corporativo chamam de Mindset executivo. Me sentia mais à vontade na execução. Como mudar isso? Foi então que tive a ideia de voltar a estudar. Descobri que havia no mercado programas de mentoria para esse fim e encontrei a Bússula Executiva.

Ingressei na Bússola em setembro de 2022, dias após o congresso da Mega Brasil. E aqui é importante ressaltar o incentivo do meu atual gestor, o Marcellus Campêlo que, um ano antes, havia me convidado para assessorá-lo na UGPE. E me designou, em pouco tempo de casa, para coordenar a Comunicação, cargo com o qual estou concorrendo na final do Prêmio Top Mega Brasil.

Esse relato é para dizer que nada é por acaso. Podemos mudar a nossa realidade em qualquer momento, se temos um propósito com objetivos e metas traçadas.

Honestamente, estar nesse prêmio não estava entre as metas traçadas na minha gestão de energia rumo à rota GSC (Grande Sonho de Carreira). Mas, quis o destino que, um ano depois, chegasse ao congresso concorrendo como executiva de Comunicação, de igual para igual, com 115 profissionais de várias partes do Brasil. O que, para mim, já é uma grande vitória. A vitória do meu despertar.

(Artigo Publicado originalmente no Portal Amazonas Atual)

Roseane Mota
Roseane Mota
Roseane Mota é jornalista, formada pela Universidade Federal do Amazonas (Ufam) e aluna do programa mentorado Bússola Executiva. É servidora pública do quadro efetivo do Estado e coordenadora de Comunicação na Unidade Gestora de Projetos Especiais - UGPE, do Governo do Amazonas.

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