A Biologia é uma ciência que engloba o estudo da vida em todas as suas diferentes formas – plantas, animais e seres humanos. A palavra é formada por dois radicais em latim, que significam: bios = vida e logus = estudo. Trocando em miúdos, o profissional formado nessa área é biólogo, um estudioso da vida.
Os primeiros relatos que se tem de atividades realizadas na área de Biologia, datam do período de 348 a.C., com trabalhos realizados por filósofos, matemáticos, químicos e físicos. Naquela época não existia a profissão de biólogo.
O filósofo Aristóteles foi o primeiro a fazer as relações das espécies animais, através de suas semelhanças, e organizá-las numa classificação que ficou conhecida como a “Escada da Vida”, utilizada até o século XIX.
Em meados do século XVII, Antônio VAn Leeuwehoek deu enorme contribuição à Biologia, com a criação de lentes poderosas que, acopladas em microscópios, permitiram a descoberta de bactérias, do vacúolo da célula e do padrão de bandas de fibras musculares. Por isso, ficou conhecido como o pai da Microbiologia.
Especialista em física e química, Robert Hooke possuía uma grande habilidade para manipular microscópios e foi assim que, ao olhar atentamente para uma cortiça através das lentes, descobriu e batizou as células, tornando-se um revolucionário da ciência.
Chegando no século XVIII, nos deparamos com o pai da Taxonomia moderna, Carlos Lineu, criador da nomenclatura binomial, na forma que usamos até hoje: o primeiro nome com a inicial maiúscula, indicando o gênero; e o segundo nome, o epíteto específico, escrito com inicial minúscula. Para chegar nessa metodologia, ele fez experimento utilizando plantas, animais e conchas, e os separou em reinos.
No século XIX temos a contribuição de dois cientistas que são bases para a Biologia. São eles: Charles Darwin e Gregor Mendel. O primeiro, é o criador da Teoria da Evolução, aquela que afirma que é o ambiente, por meio de seleção natural, que determina a importância da característica do indivíduo ou de suas variações. E que os organismos mais bem adaptados a esse ambiente têm maiores chances de sobrevivência, deixando um número maior de descendentes.
Já o segundo cientista citado, é responsável pela criação das Leis de Mendel. Vamos nos ater, aqui, à 1ª Lei de Mendel, que diz: “Todas as características de um indivíduo são determinadas por genes que separam-se, durante a formação dos gametas, sendo que, assim, pai e mãe transmitem apenas um gene para seus descendentes”.
A Teoria de Darwin e as Leis de Mendel se combinam para formar nossa compreensão atual do processo evolutivo das espécies.
No Brasil, a Biologia teve início após a chegada da família Real, em 1808. A profissão, na época, era de “naturalista”. Um marco desse período foi a criação do Jardim Botânico do Rio de Janeiro (JBRJ). Ganhou maior consolidação 10 anos depois, com a fundação do Museu Nacional, em 1818, por ser esta a primeira instituição científica brasileira.
Apesar do curso de História Natural (primeiro curso de Ciências Biológicas do Brasil) datar de 1934, a profissão de Biólogo (ex-naturalista e biologista) já era exercida no país por profissionais brasileiros e estrangeiros formados no exterior, o que a torna uma das profissões mais antigas no país.
Antes da criação da lei que institucionalizou a profissão de Biólogo no Brasil, em 03 de setembro de 1979, pode-se considerar como marco normativo para a profissão, no país, a publicação do Decreto de 25 de maio de 1810. O Decreto adota como cargo ocupado pelo botânico Kancke, o de “Diretor das culturas das plantas exóticas dos Jardins e Quintas Reais” do JBRJ.
Asim, podemos concluir que a Biologia está em cada um de nós, sendo ou não biólogo. Ela está presente desde a nossa concepção e de tudo que nos rodeia e que precisamos interagir. Como dizia Darwin: não somos os mais fortes, mas somos aquele que melhor nos adaptamos a uma condição.
(Artigo Publicado originalmente no Portal A Crítica)
