Nem tudo que é reciclável, é reciclado

Ao serem adquiridos, os produtos vêm protegidos por embalagens de diferentes tamanhos e tipos – em plásticos, vidros, metais ou papéis/papelão. Em alguma parte do rótulo, possuem um símbolo formado por três setas, que representam um ciclo, e mostram o que pode ser reaproveitado como matéria-prima.

A primeira seta representa a indústria que produz aquele determinado produto (uma garrafa PET, por exemplo). A segunda, refere-se ao consumidor que utiliza o item (a pessoa que consome um refrigerante). A terceira representa a reciclagem.

O símbolo formado pelas três setas é de domínio público, não constituindo-se marca comercial. Foi desenhado em 1971 por Gary Anderson, arquiteto e designer, que na época era estudante da Universidade do Sul da Califórnia.

Mesmo que o produto esteja com a presença desse símbolo, isso não garante que o resíduo não irá impactar no meio ambiente. Então, é importante entender o significado de reciclável e reciclado.

Reciclável – é todo o material ou embalagem que tem potencial de passar por processo de reciclagem, gerando renda e ganho ambiental nessas etapas. Reciclado – são produtos feitos de materiais que já tiveram algum uso anteriormente.

Os dados do último Diagnóstico de Manejo de Resíduos Sólidos Urbanos do Brasil (2022) revelam que o país gera mais de 80 milhões de toneladas de “lixo” todos os anos e recicla menos de 4%. Esses dados são divulgados anualmente pela Abrelpe – Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais.

Os materiais mais reciclados no Brasil, no último ano, de acordo com o Cempre – Compromisso Empresarial de Reciclar, foram: latas de alumínio, com 98,7% de reaproveitamento; papel, com 66,9%; latas de aço, com 47,1%; embalagens longa vida, como as de leite, com 35,9%; vidro, com 25,8% de reaproveitamento; e plástico, com 23,1%.

O baixo índice de reciclagem, no país, é reflexo de fatores como falta de políticas públicas; de educação/conscientização ambiental; de investimentos em maquinários e tecnologia; atenção aos grupos de catadores de materiais recicláveis; e de incentivo à coleta seletiva.

A mudança nas indústrias e na forma de consumo são as chaves da virada para que possamos ampliar o índice de reciclagem no Brasil e, consequentemente, proporcionar o aumento da geração de emprego e renda. Nas indústrias, a mudança na concepção dos designs e tipo de material das embalagens é primordial, assim como as escolhas da sociedade, levando isso em conta na hora das compras.

Daniel Santos é bacharel em Ciências Biológicas e especialista em Gestão de Recursos Naturais e Meio Ambiente, pela UniNorte. Especialista em Ecologia pelo CRBio 06. Embaixador, consultor e auditor do Instituto Lixo Zero Brasil (ILZB). Diretor da Damata Consultoria em Meio Ambiente. Diretor Conselheiro Tesoureiro do Conselho Regional de Biologia da 6a Região.

Daniel Santos
Daniel Santos
Biólogo e especialista em Gestão de Recursos Naturais e Meio Ambiente, pela UniNorte. Especialista em Ecologia, pelo CRBio 06. Embaixador, consultor e auditor do Instituto Lixo Zero Brasil (ILZB). CEO da Damata Consultoria em Meio Ambiente. Diretor Conselheiro Tesoureiro do Conselho Regional de Biologia da 6a Região.

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