MANAUS – | O metaverso, tecnologia que promete ser um divisor de águas, deve impactar diversos setores da sociedade nos próximos anos, incluindo o mercado de trabalho, com novas demandas para as profissões tradicionais e o surgimento de segmentos específicos.
O coordenador de Tecnologia Educacional da Faculdade Santa Teresa, Lauro Rosas Neto, explica que o metaverso é o nome usado para denominar um ambiente virtual imersivo e realista. O conceito, diz ele, não é novo. “Jogos como Second Life (segunda vida) e The Sims, que existem há alguns anos, já utilizavam dessa ideia do metaverso. O que vem mudando é o fato de que isso deixou de ser apenas jogo para se tornar um ambiente que de fato integra o real e o virtual”, destacou, ressaltando que esse conceito e a sua aplicação na atualidade já são trabalhados em sala de aula, na Santa Teresa.
Lauro Rosas ressalta que a ideia do metaverso parece muito futurista e longe da realidade, mas ela está mais próxima de se consolidar do que as pessoas imaginam. Prova disso, disse ele, são os investimentos feitos nessa tecnologia por grandes empresas como Facebook, Disney, Adidas e Nike. “A previsão é que, até 2024, o metaverso movimente 800 bilhões de dólares”, destacou.
De acordo com Lauro Rosas, o metaverso se sustenta em três pilares: Realidade Virtual, Realidade Aumentada e Internet. “A partir do momento que essas tecnologias se consolidarem, o metaverso se tornará realidade de fato”, frisou.
O 5G/6G no Brasil, ele cita como exemplo, já começou a sair do papel, e a Internet das Coisas (IOT) está bem consolidada, sendo aplicada em várias áreas. As tecnologias imersivas, de realidade virtual e mista também avançaram bastante, reforçou. Já as tecnologias somatossensoriais, que vão tornar a experiência muito mais imersiva, com sensações reais, sejam visuais e de tato mesmo, no ambiente virtual, ainda estão em processo de evolução, conforme avalia Lauro Rosas.
O metaverso, segundo Lauro Rosas, vai impactar muito nos negócios e, consequentemente, nas profissões. “Um exemplo é que, recentemente, um investidor, que não teve o nome revelado, adquiriu um terreno no metaverso, por milhares de dólares. Ele comprou o terreno com criptomoedas, que é outra tecnologia que, para o funcionamento do metaverso como se prevê, vai ser essencial”, relatou.
Outro ponto de como metaverso deve funcionar em relação aos negócios, é a bolsa de valores. “Hoje, o metaverso está inserido na bolsa como um ativo. A ideia é que, daqui a alguns anos, as negociações da bolsa sejam feitas nesse universo imersivo. Na prática, se uma pessoa quiser comprar ações, a negociação será toda feita no metaverso”.
No mercado de trabalho, as profissões, sejam elas tradicionais, como o Direito, Assistência Social e Psicologia, ou aquelas ligadas à área de tecnologia, todas vão ter que se adaptar a esse novo contexto de metaverso. Empresas como Samsung e Hyundai já realizam o recrutamento de colaboradores no metaverso. “Dinâmicas e entrevistas que agora são feitas nesse ambiente virtual. Para o profissional de Recursos Humanos (RH) executar o trabalho no metaverso, precisa de competências que antes não eram exigidas. O arquiteto vai ter que desenvolver projetos com foco nessa tecnologia. O economista vai lidar com outro ambiente de negócios. O advogado vai executar seu trabalho conforme as regras do metaverso. São muitas mudanças que os profissionais vão precisar lidar”, afirmou.
Em relação a novas áreas, a Tecnologia da Informação (TI) segue em alta, mas o mercado vai precisar, principalmente, de profissionais mineradores de dados, ou seja, que analisem informações. “O metaverso tem apresentado muitas possibilidades para o mercado. Nos próximos anos novas portas vão se abrir e as pessoas que estiverem preparadas vão se destacar. Por isso, na Faculdade Santa Teresa, os alunos durante a graduação são apresentados para todas essas possibilidades”.