Geizyara Brandão
geizyarabrandao@canaltres.com.br
MANAUS – | O mapeamento do Serviço Geológico do Brasil (SGB-CPRM) indica que Manaus possui 632 áreas de risco “alto” ou “muito alto” para ocorrências de desastres geológicos. A situação é de preocupação, especialmente nesse período de chuvas intensas na região e após a tragédia ocorrida na cidade de Petrópolis/RJ, onde as enchentes e deslizamentos de terras provocaram a morte de mais de mais de 200 pessoas.
“As áreas de maior risco de desabamento de casas e com mais ocorrências de deslizamentos estão localizadas nas regiões norte e leste de Manaus. Portanto, essas são as áreas mais afetadas por conta das chuvas que caem hoje na cidade de Manaus”, explicou o secretário executivo da Defesa Civil do município, Coronel Fernando Júnior.
O secretário ressalta que a população moradora de áreas de risco deve estar atenta aos alertas. “Observar, além da situação climática, as condições de solo. Qualquer rachadura, qualquer evento de barulho na casa, a família deve sair imediatamente e ligar para o telefone 199. O que nós recomendamos é que valorizem o maior bem que Deus deu para nós que é a vida. Não hesitem em sair, se suspeitar que sua casa está em risco”, enfatizou.
Conforme o relatório do SGB-CPRM, as zonas norte e leste de Manaus possuem o relevo mais acidentado e são áreas que, desde a implantação da Zona Franca de Manaus, em 1967, houve um crescimento populacional acelerado e horizontal.
“Surgem assim as ocupações desordenadas em áreas impróprias para assentamentos, como encostas íngremes, fundos de vales e margens de igarapés, as quais, aliadas à carência de infraestrutura básica, ao tipo de solo da região e à grande pluviosidade local, deflagram os processos de erosão acelerada, que são os principais responsáveis pelos deslizamentos, solapamentos, soterramentos e inundações que atingem principalmente a população mais carente que reside nessas áreas de risco”, diz o relatório.
De acordo com a Prefeitura de Manaus, os bairros Mauazinho, Nova Cidade, Francisca Mendes e Educandos, que possuem áreas erosivas mapeadas, já estão recebendo obras de contenção das erosões.
A prefeitura recebeu, ainda, um repasse de R$ 4,4 milhões referente à primeira parcela de dois convênios firmados, via Unidade Gestora de Projetos Especiais (UGPE), para a contenção de erosão nos bairros Francisca Mendes e Nova Cidade.
Atuação
Para atender as famílias atingidas, a prefeitura ressalta que oferece alojamentos provisórios, Programa Auxílio Aluguel, itens como cestas básicas, colchões, lençóis e materiais de higiene e limpeza.
Em 2021, sendo a prefeitura, foram realizados 10.246 pagamentos de Auxílio Aluguel, totalizando investimento superior a R$ 3 milhões. O benefício é temporário, com vigência de 12 a 18 meses, no valor de R$ 300.
A Prefeitura de Manaus informou que estuda reajustar esse valor para R$ 600 e que serão adquiridas 82 novas câmeras de monitoramento em pontos estratégicos e sensíveis, com o intuito de identificar situações de risco, além de serem utilizadas em outros serviços municipais.
Neste ano, a Defesa Civil Municipal também planeja a aquisição de 10 novas viaturas para o atendimento emergencial em áreas de risco. Os veículos contarão com todas as ferramentas tecnológicas e integração com o Centro de Cooperação da Cidade (CCC), onde funciona a Central 199 para registros de ocorrências. Nove pontos de medição pluviométricos serão utilizados para a implementação das estações meteorológicas, ressalta o órgão.
