por Yan Bártholo*
Estamos vivendo, atualmente, o maior boom da inteligência artificial e a corrida pelos maiores avanços tecnológicos está cada vez mais acirrada. Neste momento, muita gente se pergunta pra onde vai tudo isso. Até que ponto vamos chegar? É aí que a expressão “o céu é o limite” cai em desuso. Afinal, agora já não existem mais limites.
Uns acabam cogitando a possibilidade de acabarmos todos desempregados, sendo substituídos por máquinas e até dominados por elas, como nas histórias dos famosos filmes do “Exterminador do Futuro”, “Matrix” e “Eu, Robô”, por exemplo. Filmes que antes pareciam tão distantes da realidade, mas que voltaram às rodas de bate-papo, pelas semelhanças com o que estamos vivenciando.
Há quem considere que vamos conseguir conviver com o avanço do mundo artificial e utilizar as máquinas a nosso favor, como verdadeiros servos, que farão da vida cotidiana algo mais simples e fácil. Já imaginou ter uma Alexa que anda e se movimenta, podendo te ajudar em qualquer coisa do dia-a-dia? Pois é…
Mas como podemos ter uma resposta concreta sobre esse dilema? A verdade é que não temos como saber. Pelo menos, não ainda. Como toda tecnologia nova, a inteligência artificial tem que ser utilizada com cautela. Com passos de bebê, sem pressa, sem correria. E sempre bem fiscalizada por órgãos responsáveis. Não pelo fato de que possa um dia nos dominar, o que também não sabemos se pode acontecer, mas sim sobre como usá-la sempre para o nosso benefício.
Como já dizia o tio Ben, personagem dos quadrinhos da Marvel que representa o pai postiço do Homem-Aranha: “Um grande poder traz uma grande responsabilidade”. Sabemos como nós, humanos, podemos ser quando nos é dado um pouquinho desse tal poder.
Se uma pessoa rica já se acha o rei ou rainha da cocada preta, a última bolacha do pacote, a única coca-cola gelada do deserto, imagina uma pessoa com total domínio sobre a inteligência artificial, não é mesmo? Como qualquer força poderosa, ela pode ser usada para o mal ou para o bem.
Nas mãos de um psicopata, pode ser a melhor ferramenta para qualquer crime que lhe venha à cabeça. Nas mãos de uma pessoa honesta, pode salvar, curar, construir, organizar, criar etc. Do mesmo jeito que o bem se fortalece com ela, o mal faz o mesmo. E vai ser sempre assim. Somos uma raça que pode ser corrompida a qualquer momento. Todos temos um preço. Mas qual é o preço que vamos pagar por compartilhar a vida com a inteligência artificial?
Uma coisa é certa: não vamos perder os nossos empregos. Não, se formos inteligentes. Pensa bem… Ela é uma ferramenta como qualquer outra. Quem souber usá-la melhor, vai sair na frente. Quem não souber, me desculpa, mas vai acabar ficando pra trás.
É a cadeia alimentar da evolução. Assim funciona com qualquer tecnologia nova que nos é apresentada. Desde sempre. Desde antes de trocar a máquina de datilografia pelo computador. Não podemos culpar a inteligência artificial pela nossa incapacidade de criar. Se ela pode, nós também podemos e melhor. Afinal, nós a criamos.
Então, deixemos de lado o nosso rancor e aprendamos a usá-la para o bem, para criar coisas incríveis nunca vistas antes. Para resolver os problemas do planeta, que bem está precisando de uma ajudinha. Quem sabe, assim, a gente não consegue terminar essa história na segunda opção de final que foi apresentada no início do texto, né?
(Artigo Publicado originalmente no Portal A crítica)