Vanessa Bayma
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MANAUS – | De janeiro até 23 de novembro deste ano, a Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas – Dra. Rosemary Costa Pinto (FVS-RCP) registrou 24.111 casos de síndrome respiratória aguda grave (SRAG) no Amazonas, causado pelo vírus Influenza. Na última semana, a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) chamou a atenção para o crescimento de casos em 13 estados, entre eles o Amazonas, em registro feito de 21 a 27 de novembro. Na mesma semana, dia 24, devido ao período sazonal, a FVS emitiu alerta no estado e enviou nota técnica aos municípios.
Dos casos registrados em 2021, segundo a FVS-RCP, 19.254 são de Covid-19. No ano passado, foram 28.110, sendo 21.319 de Covid-19. Em 2019, a quantidade de casos foi bem inferior, 1.952, período antes da pandemia. Os dados constam no Sistema de Informação de Vigilância Epidemiológica da Gripe (Sivep-Gripe), do Ministério da Saúde.
O período chamado de “inverno amazônico”, segundo o infectologista Antônio Magela, da Fundação de Medicina Tropical Dr. Heitor Vieira Dourado (FMT-HDV), dura normalmente até junho do ano que vem, período em que são comuns os problemas ocasionados por vírus respiratórios, tanto em crianças quanto em adultos.
No entanto, o estado e o mundo todo ainda contam com um novo agravante, o coronavírus, e ainda a nova variante, Ômicron, que está com seis casos confirmados no país e é uma preocupação mundial neste momento.
“Já sabemos que os vírus respiratórios circulam nesse período do ano e agora temos mais um com o qual a gente tem que se preocupar sempre (Covid-19 e variante Ômicron). Todas as medidas que a gente sempre preconizou, como lavar as mãos, uso de álcool, são ainda mais importantes. Muita atenção com as pessoas que estão doentes. Essas pessoas primeiramente devem ser isoladas e o uso de máscara é fundamental, mesmo no mesmo ambiente domiciliar”, alertou o infectologista, destacando ainda a importância da proteção individual.
De acordo com o médico, como os sintomas entre as doenças são parecidos e podem ser confundidos, é necessária a observação. “É preciso ver se aquele quadro clínico vai evoluir e o sistema imunológico vai resolver, ou se o quadro vai ficar mais grave que exige intervenção médica, tratamento específico ou até mesmo antiviral, antibiótico, enfim, tudo vai depender da avaliação médica”, disse ele, especificando que a recomendação vale para crianças, adultos e qualquer pessoa que já possua algum tipo de doença que fique mais vulnerável.
Alguns sintomas podem ser observados na SRAG, especificamente, e o médico ressalta que é importante o tratamento adequado de cada problema, aos primeiros sinais respiratórios, principalmente em quem já possui uma tendência para ficar doente em decorrência da época mais chuvosa do ano.
A FVS informou que a falta de ar ou desconforto para respirar, sensação de pressão no peito e saturação de oxigênio abaixo de 95% devem ser avaliadas e são sintomas da SRAG. Segundo o infectologista, além destes, a população deve se atentar também para: muita coriza, dor muscular e articulares, no peito, muitos espirros, febre alta e dores de cabeça.
“As pessoas que ficam impossibilitadas de exercerem as suas atividades por causa dessa junção de um ou mais sintomas devem procurar o atendimento nas unidades básicas de saúde, policlínicas. Os SPA estão preparados para esse atendimento e, quando for o caso, fazer a notificação ao Lacen para coleta das vias respiratórias para fazer o diagnóstico de qual o agente viral infeccioso está agindo na pessoa naquele momento”, ressaltou.
Máscara e vacinação
A secretária municipal de saúde (Semsa), Shádia Fraxe, reforçou o uso de máscara e vacinação contra a Covid-19 durante esse período de inverno amazônico, além de lavagem das mãos e uso do álcool em gel. Segundo Shádia, ainda não é o momento de “baixar a guarda” e por causa das chuvas e o período sazonal, muitas pessoas ficam doentes e os sintomas, assim como Magela citou, são parecidos.
“O uso de máscaras é extremamente importante para evitar as síndromes e o novo coronavírus, e mais ainda, agora, com a identificação da variante Ômicron. No Brasil, até o momento não tivemos nenhuma confirmação. Por isso, peço às mais de 160 mil pessoas que ainda não tomaram sequer a primeira dose, que compareçam aos nossos pontos de vacinação”, alertou a secretária.
Além da preocupação com o vírus da Influenza, a Semsa também emitiu alerta sobre a nova variante. As unidades de saúde do município devem intensificar ações que colaborem para o aumento da cobertura vacinal; realizar busca ativa diária de pessoas suspeitas de estarem com Covid-19; notificar os indivíduos suspeitos que se enquadrem na definição de caso, adotando as recomendações de manejo de casos e contatos conforme o Guia de Vigilância Epidemiológica do Ministério da Saúde; e enviar imediatamente uma cópia da notificação ao Cievs Manaus.
Os protocolos sanitários, inclusive, devem ser os mesmos já adotados, mas intensificados: uso regular de máscara, distanciamento social, higienização das mãos com álcool em gel ou água e sabão e evitar locais fechados com aglomeração de pessoas.
Locais de vacinação
Pensando nas estratégias de aumentar o número de vacinados com a primeira e segunda dose, e, ainda, o reforço com a terceira, a Prefeitura também disponibiliza, nesta semana, 52 pontos de vacinação. Na quarta-feira (8), feriado em homenagem à Nossa Senhora da Conceição, Padroeira do Estado do Amazonas, as unidades da Semsa e os pontos estratégicos e o da feira da Banana não abrirão, mas haverá atendimento nos shoppings São José, Millennium e Phelippe Daou.
Na quinta-feira (9), o funcionamento volta ao normal, inclusive com o retorno dos pontos de seis shoppings. A relação de locais e horários de atendimento pode ser consultada no site da Semsa, pelo link http://bit.ly/localvacinacovid19 e nas redes sociais da secretaria @semsamanaus, no Instagram, e Semsa Manaus, no Facebook.
*Com informações da Semsa