Funcionários do Ibama suspendem fiscalizações por falta de reajuste salarial

Servidores afirmam que não irão se dedicar a atividades externas até que haja posicionamento do governo

Mais de 1.700 membros da equipe do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) assinaram uma carta direcionada à liderança do órgão, Rodrigo Agostinho, comunicando a decisão coletiva de interromper as atividades de fiscalização ambiental. Na carta, os funcionários expressaram a intenção de focar em tarefas internas e processos burocráticos.

A medida é, segundo os trabalhadores, resultado do andamento das negociações entre funcionários e governo a respeito do reajuste salarial e da proposta de reestruturação da carreira. Quem assinou o documento diz que esta “é uma resposta direta à falta de ação e suporte efetivo aos servidores e às missões críticas que desempenhamos”.

Segundo a declaração, os funcionários afirmam que decidiram adotar a chamada ‘operação padrão’ por não terem tido respostas do Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos sobre a reestruturação das carreiras do órgão ligado à pasta do Meio Ambiente.

O documento afirma que as atividades finalísticas do órgão podem ser prejudicadas até que as negociações sejam retomadas, “o que inclui operações de fiscalização ambiental na Amazônia e em terras indígenas, como a Yanomami, vistorias de processos de licenciamento ambiental, processos autorizativos, prevenção e combate a incêndios florestais, atendimento às emergências ambientais, entre outras”.

O texto ressalta que a suspensão das atividades deve causar “impactos significativos” na preservação do meio ambiente.

“Atribuímos isso aos 10 anos de total abandono da carreira do servidor público que mais sofreu assédio e perseguição ao longo do governo anterior”, lê-se no texto.

O documento também pede a retomada das negociações com a Ascema Nacional (Associação Nacional dos Servidores da Carreira de Especialista em Meio Ambiente).

Em nota, o Ministério da Gestão afirmou que reinstalou a Mesa Permanente de Negociação com os servidores públicos, e que o primeiro acordo fechado é de reajuste de 9% para todos os servidores, além do aumento de 43,6% no auxílio alimentação.

Segundo a CNN, uma assembleia está programada para a próxima terça-feira (09/01) para discutir a paralisação.  

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