MANAUS – | Na contramão do país, que estima crescimento de R$ 1,1 bilhão no volume financeiro das atividades típicas do turismo, no carnaval de 2022, em comparação com o ano anterior, a expectativa do setor hoteleiro de Manaus é de retração.
Isso deve-se não somente por conta da pandemia e da suspensão das festas carnavalescas das escolas de samba na cidade, mas porque, de acordo com o presidente da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis do Amazonas (ABIH-AM), Roberto Bulbol, a capital amazonense não possui perfil para atrair turistas nesta época do ano.
A projeção de movimentação financeira durante o carnaval deste ano é da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). A entidade considera que, independente dos eventos tradicionais de carnaval estarem cancelados em boa parte das cidades brasileiras, a decretação de feriado e ponto facultativo no período é importante, porque movimenta os serviços turísticos. A CNC destaca que a desaceleração da pandemia e a queda do isolamento social viabilizaram a recuperação gradual das atividades econômicas no país.
Na capital amazonense, a análise do presidente da ABIH-AM é de que não há tradição local para atrair turistas durante o carnaval. “Nessas datas festivas, as pessoas saem de Manaus, não vêm para Manaus. A ocupação do carnaval é baixa, porque não temos um atrativo para fazer os turistas chegarem até aqui”, afirmou o presidente. Segundo ele, faltam investimentos públicos para que a cidade esteja pronta para receber os turistas. “Nós temos que primeiro arrumar a casa”, enfatizou.
Para Roberto Bulbol, é necessário atuar para que os atrativos sejam fortalecidos. “Temos o boi-bumbá, temporada de pesca e muitas outras coisas que têm que desenvolver e trabalhar para criar essa cultura”, afirmou.
A taxa de ocupação dos hoteis em Manaus, de acordo o presidente da ABIH-AM, é em torno de 26%. “Nós temos uma cidade de negócios. Manaus é business, por causa do Distrito Industrial, das mineradoras. Muitas empresas estão aqui, circulam muitos representantes comerciais. Então, quando o Nordeste fica vazio, aumentamos um pouco a ocupação”, explicou.