Delação de Cid: 6 anexos detalham denúncias sobre Bolsonaro e seus aliados

A delação do ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, tenente-coronel Mauro Cid, é considerada uma bomba por conter informações sobre possíveis crimes cometidos pelo ex-presidente.

O depoimento do militar, que consta em 50 páginas e é separado em seis anexos, foi obtido pela CNN. Cada tema tem cerca de oito páginas. Em todos os anexos, Mauro Cid aponta Jair Bolsonaro como articulador ou responsável pelos fatos investigados.

Os assuntos abordados nos anexos são:

  • Plano de golpe: Cid afirma que Bolsonaro se reuniu com os comandantes das Forças Armadas para discutir um plano de golpe após a derrota nas eleições de 2022. Nesse encontro, segundo Cid, Bolsonaro teria apresentado uma minuta para se manter na Presidência da República.
  • 8 de janeiro: O tenente-coronel relata que Bolsonaro planejou ato público no dia 8 de janeiro de 2023, que foi marcado por atos violentos em todo o país. Disse ainda que os militares faziam um elo entre Bolsonaro e integrantes dos acampamentos antidemocráticos com envio de recados.
  • Joias sauditas: À PF, Mauro Cid teria dito que cumpriu ordens “para resolver” e confessou que vendeu o Rolex por 35 mil dólares a mando do ex-presidente e repassou parte do dinheiro, em mãos, para Bolsonaro.
  • Gabinete do ódio: O militar afirma que o ex-presidente comandou um grupo de apoiadores que disseminava fake news e ataques às instituições democráticas.
  • Falsificação de carteiras de vacinação: Cid admite que participou de um esquema para falsificar carteiras de vacinação de Bolsonaro e sua família. Disse também que os documentos fraudados foram impressos e entregues em mãos ao ex-presidente para que ele usasse quando “achasse conveniente” ou “se precisasse”. E reforçou que “cumpriu ordens” de Bolsonaro.

A Polícia Federal segue em diligências solicitadas pela Procuradoria-Geral da República (PGR) para corroborar o que foi narrado por Mauro Cid em três dias de depoimentos, no fim de agosto. Documentos e quebras de sigilo da CPMI do 8 de janeiro podem ser usados para ajudar nesse confronto de informações.

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), homologou a delação em 9 de setembro.

A defesa de Jair Bolsonaro já negou as acusações contra o ex-presidente em manifestações anteriores.

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