Musical com personagem amazonense publicado há 40 anos em jornais de Manaus estreia no maior festival de Ópera
Curumim, “o último herói da Amazônia”, criado pelo jornalista e cartunista Mário Adolfo em 1983, acaba de sair das páginas de quadrinhos para estrear no 25o Festival Amazonas de Ópera. O texto do musical infantil foi escrito pelo próprio jornalista, que também compôs as músicas em parceria com o compositor Zeca Torres.
O musical “Curumim, o Último Herói da Amazônia em Busca da Flor da Vida”, será encenado pela da companhia de teatro Metamorfose, com direção cênica de Socorro Andrade e acompanhamento da Orquestra de Violões da Secretaria de Cultura (SEC), sob a regência do maestro David Nunes. A obra entra em cartaz nos dias 13, 14 e 28 de maio no Teatro da Instalação, no Centro, com entrada franca.
O espetáculo também contará com a participação do Coral Infantil e do Liceu de Artes Cláudio Santoro, informa a diretora do Teatro Amazonas, Bete Catanhede. “Vai ficar muito bonito. Envolve muitas crianças talentosas e apresenta uma história com um personagem genuinamente amazônico. Está sendo produzido com muito carinho”, afirma a diretora.
Uma trama na floresta
O musical narra a história de Markinho, um garoto que, por falta de tempo dos pais, vive confinado em um apartamento jogando videogame e vendo a vida passar pela janela, enquanto outros garotos brincam lá fora.
— Nesse mundo cinzento, que mais parece uma bolha, o garotinho acaba pirando. Entra em parafuso, surta e acaba mergulhando num sono profundo que nem os médicos conseguem trazê-lo de volta à vida -, explica o autor.
Vendo o desespero de Dona Mamãe, o papagaio Lourival resolve ajudar e voa para a floresta Amazônica em busca do Curumim, que conhece uma planta medicinal chamada ‘Flor da Vida’, que tem o poder de trazer as pessoas de volta à vida.
Para encontrar a flor milagrosa, o Curumim conta com a ajuda de toda a sua turma: Sarah Patel, a tartaruguinha que morre de medo de virar guisado com farofa; Murupí, a indiazinha inteligente da aldeia; Jacaré Thinga, o jacaré que teme virar carteira e cinto, e do próprio Lourival, o papagaio comunicador da floresta.
— Mas como toda a história tem que ter um vilão, o biopirata Mr. Okey, um gringo que vive roubando as riquezas da floresta, também busca a flor para comercializar com laboratórios estrangeiros e aí começa a trama –, revela Mário Adolfo.
No total, são dez músicas que compõem o espetáculo. De acordo com Zeca Torres, que compôs as músicas em parceria com Adolfo, os próprios atores interpretarão as canções, acompanhados da Orquestra de Violões com regência e arranjos do maestro David Nunes.
— Escrevemos uma música para cada personagem. Além daqueles já conhecidos da Turma do Curumim, inserimos ainda as canções do Pajé, Boto e Curupira. Foi num trabalho de dois anos, mas o resultado valeu a pena -, revela Torres, que é o autor do clássico “Porto de Lenha”.
Mário Adolfo e Zeca Torres, o Torrinho, se conhecem desde os tempos em que estudaram no Colégio Pedro Segundo (Estadual). Depois cursaram jornalismo na Universidade Federal do Amazonas (UFAM) e colaboraram juntos nos jornais Zero (veículo experimental da faculdade) e no Porantim, o jornal editado pelo CIMI – Conselho Indigenista Missionário –, em defesa da causa indígena. Mário entrou para o jornal A Crítica e depois no Amazonas em Tempo e Torres optou pela publicidade e a música.
— Quer dizer, é uma parceria de mais de 50 anos. Uma hora tinha que dar certo! (risos) – brinca Zeca Torres.
O texto original do musical foi escrito em abril de 1991, isto é, há 22 anos.
Seria apresentado em 2020, quando Mário e Torrinho concluíram as músicas – mas o sonho foi interrompido pela pandemia da Covid-19. “Valeu a pena esperar, acabamos entrando no Festival de Ópera a convite do secretário de Cultura, Marcos Apolo. É um feito nunca imaginado por mim”, comenta Mário Adolfo.
O QUÊ ? – Curumim, o Último Herói da Amazônia em Busca da Flor da Vida ONDE? – No 25o Festival Amazonas de Ópera
LOCAL? – Teatro da Instalação
Quando? – 13 de Maio (19h) e 14 e 28 de Maio (16h)
[13:56, 20/04/2023] Izenilda: Publicar