As consequências do El Niño no Brasil

El Niño é um fenômeno climático que ocorre no Oceano Pacífico, caracterizado pelo aquecimento anormal das águas superficiais, o que pode causar alterações significativas nos padrões climáticos globais.

Na região Norte do Brasil é possível associar o efeito do El Niño com a redução da chuva e o aumento das temperaturas, com até quebras de recordes. Na capital amazonense, no último dia 6 de setembro, o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) registrou uma temperatura máxima de 40,2 graus Celsius, superando todos os recordes anteriores, sendo que a média histórica para esta época do ano gira em torno de 31 graus Celsius.

No mesmo dia que Manaus registava alta temperatura, o Rio Grande do Sul decretava estado de calamidade, por conta da grande quantidade de chuvas que assola o estado e está provocando alagações em muitos municípios.

Segundo o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), as chuvas intensas que caíram na região provocaram o choque entre a baixa temperatura com a massa de ar quente na atmosfera. Essa combinação derivou na formação de um ciclone extratropical, que rapidamente se encaminhou para o oceano.

Como podemos observar com esses dois exemplos extremos, o El Niño impacta o Brasil de formas diferentes. Podemos constatar que na Amazônia, no norte do Cerrado e no semiárido, o El Niño causa, também, um impacto maior de seca, mais pronunciada e prolongada. Mas também causa verões mais chuvosos no sul e sudeste.

Para alguns especialistas, as mudanças climáticas podem estar contribuindo para o agravamento do efeito do fenômeno El Niño, nas regiões que já são atingidas pela seca e altas temperaturas e nas que são afetadas por ciclones extratropicais atípicos, que estão mais intensos e podem se formar com mais rapidez e causar impacto maior.

É impossível controlar o clima, mas podemos dirigir nossas atitudes, procurando atenuar os possíveis danos que são cíclicos, ocorrem a cada ano, como as secas, incêndios, alagamentos e deslizamentos.

Para combater as mudanças climáticas, atitudes simples devem fazer parte do dia a dia das pessoas e, também, nortear as políticas públicas. Alguns exemplos são: evitar atear fogo em vegetação e o combate a esse tipo de procedimento, fazer a retirada de moradias de área de deslizamento e alagações, construir cisternas e açudes para armazenamento de água, fazer uso racional dos recursos naturais e elaboração de planos de adaptações climáticas, em todas as esferas.

(Artigo Publicado originalmente no Portal A Crítica)

Daniel Santos
Daniel Santos
Biólogo e especialista em Gestão de Recursos Naturais e Meio Ambiente, pela UniNorte. Especialista em Ecologia, pelo CRBio 06. Embaixador, consultor e auditor do Instituto Lixo Zero Brasil (ILZB). CEO da Damata Consultoria em Meio Ambiente. Diretor Conselheiro Tesoureiro do Conselho Regional de Biologia da 6a Região.

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