Para combater o problema nas unidades públicas, o Governo do Amazonas criou um comitê para fortalecer o monitoramento
O aumento da ocorrência de ataques nas dependências das escolas tem deixado os gestores em estado de alerta. Na última segunda (10), um aluno de 12 anos feriu, com faca, duas colegas de sala e uma professora, no Colégio Adventista de Manaus, na zona sul de Manaus. Para combater o problema, instituições particulares passaram a adotar medidas de segurança e o Governo do Amazonas criou um comitê para monitorar as unidades públicas.
O Colégio Adventista informou que lamenta o ocorrido e se solidariza com as vítimas e familiares, dando todo o apoio, além de fornecer as informações necessárias às autoridades. Neste momento, as medidas administrativas em relação ao agressor estão sendo adotadas.
Para contribuir para a segurança de alunos, professores e colaboradores das escolas, o Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino Privado do Estado do Amazonas (Sinepe-AM) recomendou, em nota, a adoção de uma série de medidas, entre elas, o reforço da segurança externa para evitar acesso indevido, estudo para identificar pontos de vulnerabilidades, uso de detectores de metais, realização de campanhas de conscientização de bullying e cyberbullying, além da criação de canais de denúncias anônimas.
A diretora das Instituições Nelly Falcão de Souza (INFS), professora Nelly Falcão, destaca que a comunidade estudantil está impactada com os últimos casos de violências no ambiente escolar e ressalta que situações como estas pedem que os gestores redobrem os cuidados com a vigilância e a segurança, além de adotar ações que foquem na saúde mental e emocional de alunos, professores e colaboradores de instituições de ensino.
No Colégio Adalberto Valle, além do detector de metal, restrição de acesso e intensificação de monitoramento com câmeras de segurança, o reconhecimento facial nas catracas de acesso também passa a fazer parte do dia a dia da instituição de ensino.
Já o Colégio Nossa Senhora Auxiliadora optou por suspender as aulas nesta terça-feira (11) para garantir a segurança de toda a comunidade educativa. A escola planeja posteriormente divulgar as medidas que serão adotadas.
Governo em alerta
O Governo do Amazonas anunciou, nesta segunda-feira (10/04), a criação do Comitê Interinstitucional de Proteção, Monitoramento, Guarda e Segurança Escolar e o Núcleo de Inteligência e Segurança Escolar (Nise), que vai atuar nas escolas públicas estaduais monitorando e coibindo ameaças e a ocorrência de ataques a unidades de ensino da rede estadual.
O Núcleo adotará medidas de segurança para inibir ataques e crimes de ameaça, racismo, bullying, ciberbullying, uso abusivo de drogas, tráfico de entorpecentes e quaisquer outras ações que se configurem em transgressões no interior das escolas contra estudantes, profissionais da educação ou mesmo contra a estrutura das unidades da rede estadual de ensino.
Os órgãos estaduais e o comitê também estarão à disposição para trabalhar, de forma integrada, com as redes privadas e municipais de ensino, estreitando ainda mais a troca de informações, que já acontece entre as instituições.
Além dos casos serem identificados por meio de um trabalho de inteligência e monitoramento, também haverá um canal direto para denúncias, com garantia da preservação do sigilo das informações do denunciante, via e-mail: escolasegura@seduc.net. As denúncias também poderão ser feitas pelo 190 e 181. A partir de quarta-feira (12/4), o número (92) 99414-0480 também poderá ser usado para denúncias.