TRAGÉDIA NA BR-319: Lanchas fazem a travessia de passageiros no rio Curuça até instalação de ponte provisória

Agora serão quatro lanchas atuando na travessia de passageiros. FOTO: Divulgação/Secom.

MANAUS – |Duas novas lanchas da Defesa Civil do Amazonas começaram a operar, nesta sexta-feira (30), no traslado de pessoas na BR-319, onde uma ponte sobre o rio Curuçá desabou. Os veículos se somam a outras duas embarcações disponibilizadas pelo Governo do Amazonas, que já atuavam auxiliando a locomoção de pessoas desde a manhã de quinta-feira (29/09).

A alternativa irá auxiliar na trafegabilidade de pessoas no local, prejudicada pelo desabamento de uma ponte no quilômetro 12, enquanto o Departamento Nacional de Infraestrutura e Transportes (Dnit), responsável pela manutenção, fiscalização e trafegabilidade da BR-319, atua na instalação de uma ponte temporária junto com o Exército Brasileiro.

O Governo do Estado chegou a estudar a possibilidade do envio de uma balsa para realizar esse transporte no local do acidente, mas após análise do Dnit e Superintendência Estadual de Navegação, Portos e Hidrovias (SNPH) foi constatado que não será possível devido ao período de estiagem e ao baixo nível da água. Por esse motivo, foi adotado o uso de embarcações menores, conforme explicou o diretor-presidente da SNPH, Jorge Barroso.

“A princípio se pensou em colocar uma balsa, mesmo pequena, lá no local da ponte para fazer o transporte de cargas e passageiros. Porém, depois de um levantamento no local, nós percebemos que as balsas não iam conseguir navegar porque o rio está secando cerca de 25 centímetros por dia. Em quatro dias, um metro de seca é muita coisa, as embarcações correriam o risco de ficarem presas e só sair de lá depois que o rio enchesse, em março ou abril”, explicou.

O Comitê de Crise continua no local tanto na busca de possíveis desaparecidos, quanto na apuração das causas do acidente. FOTO: Divulgação/Secom.

O traslado de passageiros funcionará das 5h às 19h, todos os dias, de forma gratuita, garantindo o direito de ir e vir da população com segurança, explicou o coordenador técnico administrativo da Defesa Civil, tenente-coronel Adson Ferreira.

“Essa foi uma alternativa que o Estado encontrou para poder manter a fluidez do fluxo de pessoas naquele local. Dessa forma, nós conseguimos inibir outras pequenas embarcações, que, por serem de madeira, correm risco de naufrágio. As nossas embarcações são seguras, certificadas, cobertas, com bancos e coletes salva-vidas, sempre desviando da área de risco”, frisou.

No trecho comprometido, o Dnit dará início aos serviços de infraestrutura para receber a ponte metálica instalada pelo Exército Brasileiro. A estrutura será transportada de Porto Velho (RO) e, de acordo com o órgão federal, a expectativa é de que, em até dez dias, a trafegabilidade da via seja estabelecida.

Transporte rodoviário –  A Agência Reguladora de Serviços Públicos Delegados e Contratados do Estado do Amazonas (Arsepam) atua, junto às empresas rodoviárias, para dar continuidade aos serviços de transporte de passageiros dos municípios interligados pela BR-319.

“Nós temos duas operadoras que atuam na região e elas terão que prestar a continuidade dos serviços. Nós estaremos acompanhando para que os municípios não fiquem desassistidos. Elas precisarão apresentar um plano de trabalho, um esquema operacional, com horários definidos para que os passageiros tenham acesso e o seu direito de ir e vir”, explicou o diretor-técnico da Arsepam, Erick Edelman.

Acidente – O desabamento da ponte ocorreu na quarta-feira (28) pela manhã e, segundo denúncias de moradores, por falta de manutenção da mesma, que não recebia trabalhos de recuperação há mais de 20 anos. Os moradores, que se fazem representar pela Associação dos Amigos e Defensores da BR-319, denunciaram ainda que há mais de seis meses havia sido comunicado aos órgãos responsáveis a situação da ponte e os riscos que ela vinha representando.

No momento do acidentes, veículos e pessoas afundaram no rio, que tem uma profundidade aproximada de 25 metros. Na quarta-feira, 14 pessoas foram encaminhadas para as unidades de saúde e foram confirmadas três mortes. Dos 14 feridos, 13 receberam altas até quinta-feira.

Outro corpo foi encontrado, também na quinta-feira, pelos mergulhadores do Corpo de Bombeiros, que continuaram na área fazendo as buscas por possíveis desaparecidos e também para retiraram os veículos afundados. No total, são quatro vítimas fatais, duas mulheres e dois homens.

O Comitê de Respostas Rápidas montado pelo Governo do Amazonas para atuar na área do acidente iniciou, ainda na quinta-feira, a montagem de uma estrutura para centralizar a assistência, no local, às famílias das vítimas do acidente, com tentas, banheiros químicos, água e alimentação. No local, uma equipe com 15 profissionais, entre psicólogos e assistentes sociais, passará a atuar 24 horas, auxiliando famílias que procurarem informações sobre desaparecidos.

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