Setembro bate recorde de queimadas e Amazonas decreta emergência ambiental

O governador Wilson Lima decretou, nessa terça-feira (12), estado de emergência ambiental em todo o Amazonas. A medida visa reduzir os impactos do desmatamento ilegal e de queimadas. Segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), o estado registrou 3.925 focos de queimadas nos primeiros dez dias de setembro. No consolidado do ano, o estado registra 11.736 queimadas.

Segundo o governo do estado, o decreto de emergência ambiental vai durar 90 dias e deve abranger os municípios de Apuí, Novo Aripuanã, Manicoré, Humaitá, Canutama, Lábrea, Boca do Acre, Tapauá e Maués, no sul do estado; e Iranduba, Novo Airão, Careiro da Várzea, Rio Preto da Eva, Itacoatiara, Presidente Figueiredo, Manacapuru, Careiro Castanho, Autazes, Silves, Itapiranga, Manaquiri e a própria capital, na Região Metropolitana de Manaus.

A Secretaria de Meio Ambiente (Sema) será responsável por coordenar a articulação com os demais órgãos públicos para definir e executar as estratégias de combate ao desmatamento e às queimadas ilegais na região.

O Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (Ipaam) será responsável pela coordenação operacional das ações de resposta às ocorrências. A Secretaria de Segurança Pública (SSP-AM) também dará apoio.


Medidas emergenciais

Conforme a Defesa Civil, a previsão é que, devido a influência do fenômeno climático El Niño, que inibe formação de nuvens de chuva, a estiagem deste ano seja prolongada e mais intensa, se comparada a anos anteriores. Para minimizar os impactos causados, o Governo do Estado antecipou ações de ajuda humanitária e monitoramento.

Entre as medidas anunciadas estão o apoio às famílias afetadas com o envio de ajuda humanitária, distribuição de kits de higiene pessoal, hipoclorito de sódio, além de renegociação de dívidas e fomento aos produtores rurais.

O governador Wilson Lima também anunciou que destinará R$ 1,1 milhão para remunerar os 153 brigadistas que atuam no combate a focos de queimadas no sul do Amazonas. As ações serão concentradas no “arco do desmatamento”, região que concentra o maior número de focos de calor no estado.


O projeto é uma cooperação entre a Sema e a Fundação Amazônia Sustentável (FAS), com apoio financeiro da organização Rewild para aquisição de materiais e equipamentos e está previsto para durar sete meses, a partir da data de assinatura do Acordo de Cooperação Técnica (ACT) com a FAS.

Cada município terá equipes atuando em apoio às ações já em curso, como as Operações Tamoiotatá e Aceiro, por meio da Secretaria de Segurança Pública do Amazonas (SSP-AM), Corpo de Bombeiros Militar do Amazonas (CBMAM) e Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (Ipaam), que contam, no total, com um efetivo de 339 agentes estaduais e da Força Nacional.

O Corpo de Bombeiros montou uma sala de situação para controle do Painel do Fogo, ferramenta que permite o monitoramento via satélite dos focos de calor. A sala de situação, além do monitoramento, fará o compilado técnico e detalhado dos dados diários de ocorrências de incêndio na capital e interior.

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