MANAUS – | Mais de 70 representantes de escolas associadas ao Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino Privado do Estado do Amazonas (Sinepe-AM) participaram de capacitação técnica sobre a situação epidemiológica no Amazonas. O encontro aconteceu nesta sexta-feira (21), em formato on-line, com a participação da Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas Dra. Rosemary Costa Pinto (FVS-RCP).
Durante a capacitação, a equipe técnica da FVS-RCP apresentou dados sobre o avanço da pandemia nos últimos dias. Da FVS, participaram do evento o diretor técnico Daniel Barros, a gerente da Comissão Estadual de Prevenção e Controle de Infecção em Serviços de Saúde (CECISS), Evelyn Campelo, e a chefe do Centro de Informações Estratégicas e Resposta em Vigilância em Saúde (CIEVS), Josielen Aparecida de Amorim.
Segundo a presidente do Sinepe-AM, Laura Cristina Andrade, o objetivo do evento é compartilhar com os gestores das escolas os dados epidemiológicos que embasam as recomendações da entidade em postergar o início das aulas presenciais.
“É uma forma de discutir com classe o atual cenário, sanar dúvidas, acabar com fake news, além de torná-los multiplicadores das informações que serão repassadas pela FVS-AM”, disse a presidente do sindicato na abertura da capacitação.
Para o diretor técnico da FVS-RCP, Daniel Barros, esse alinhamento com as escolas é fundamental para que todos tenham ciência da importância da recomendação do adiamento da volta às aulas.”Atualmente, o Amazonas apresenta a maior taxa de transmissão do país”, alertou.
A cada 100 pessoas com Covid-19, cerca de 206 são infectadas. “A variante Omicron é a principal causadora dessa alta transmissão, que nas últimas semanas tem elevado o número de casos e internações no Amazonas”, ressaltou o diretor da FVS-AM.
O salto nos casos foi de 127 (no dia 6 de janeiro) para 4570 (no dia 20 de janeiro), além do número de internados em UTI, que apresentou aumento de 123%, nas unidades de saúde públicas, e 450%, nas privadas.
“Por isso, reduzir a mobilidade da população, em ambientes fechados como a sala de aula e o transporte público, é essencial para evitarmos a propagação do vírus”, enfatizou Barros. A expectativa, de acordo com os estudos da FVS-AM, é que a pandemia atinja o pico de casos entre o fim do mês de janeiro e o início de fevereiro.
A gerente da CECISS, Evelyn Campelo, explicou que a hospitalização de crianças segue proporcional ao número de adultos. “A grande maioria é de casos leves a moderados, de 3 a 5 dias de internação. Então, é fundamental redobrar os cuidados”, informou.
Para as crianças que ainda não estão liberadas para a vacinação, a indicação da gerente do CECISS é que as pessoas que fazem parte do convívio delas busquem estar com o esquema vacinal completo. O uso de máscaras adaptadas ao rosto e com tripla camada e constante higienização das mãos são medidas que devem continuar a fazer parte do dia a dia de toda a família.
Recomendação
No início desta semana, o Sinepe-AM emitiu, para as instituições associadas, as recomendações para a volta às aulas. A orientação é que, a partir do dia 31 de janeiro, o ensino fundamental I, II e médio retorne na modalidade 100% online. E, a partir do dia 3 de fevereiro, as aulas iniciem de forma gradativa, começando pelo ensino infantil na modalidade 100% presencial.
A partir do dia 14 de fevereiro, será a vez do ensino fundamental I; a partir do dia 16, o ensino fundamental II; a partir do dia 21, o ensino médio e técnico e, a partir do dia 22, o ensino superior. As recomendações do Sinepe-AM estão em concordância com os órgãos estaduais de saúde e foram votadas em assembleia pelas associadas.
O Sinepe-AM também tem reforçado as recomendações para adoção dos protocolos em todo o ambiente escolar, incluindo a higienização dos cômodos e móveis, uso obrigatório da máscara adequada, e o controle do fluxo para evitar aglomerações.