REDAÇÃO
MANAUS – |A técnica em Nutrição Ariadna dos Santos Gomes, 39, todos os meses precisa comprar medicamentos para ela e os filhos. Nos últimos meses, sentiu a diferença nos preços, cada vez mais elevados, consumindo grande parte do orçamento da família. “São antialérgicos, às vezes algum anti-inflamatório, e eu também tomo remédio para pressão. Tenho gastado cada vez mais”, afirmou.
Até mesmo os medicamentos genéricos, que apresentam preços mais baixos, também foram reajustados. Segundo o industriário Alexandre Oliveira Gomes, 35, além dos malabarismos feitos no orçamento para comprar alimentos, que estão cada vez mais caros, também precisa buscar formas para garantir a aquisição de medicamentos. “Na minha casa substituímos alguns alimentos por outras opções mais baratas, mas com medicamentos não dá para fazer isso. Temos que dar um jeito de comprar, porque até os genéricos estão caros”, destacou.
A diretora do Sindicato dos Farmacêuticos no Estado do Amazonas, Lituânia Mustafa Paes, explicou que os reajustes nos preços dos medicamentos, no Amazonas, acompanham os percentuais nacionais e que, dentre outros fatores, é impulsionado pelo custo da matéria-prima. “Grande parte da matéria-prima vem do Continente Asiático e sofre interferência também de fatores gerados na logística e produção desses materiais”, ressaltou.
Último reajuste – O último reajuste no preço dos medicamentos foi anunciado em abril deste ano, de 10,89%. A diferença deste ano foi maior que no ano passado, quando o reajuste autorizado foi de até 10,08%, ante uma inflação de 4,52% no ano anterior.
O percentual é anunciado pela Câmara de Regulação de Mercado de Medicamentos (CMED), órgão interministerial vinculado à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). O governo controla o reajuste de preços de medicamentos periodicamente, estabelecendo o aumento máximo que esses produtos podem atingir no mercado brasileiro.