Por: Olívia de Almeida
Desemprego, inflação alta e juros são apenas alguns problemas que têm afetado a rotina da população brasileira, que viu seu poder de compra cair drasticamente nos últimos anos. Para falar sobre a perspectiva econômica para o próximo ano, o PORTAL CANAL TRÊS ouviu o presidente da Federação das Indústrias do Estado do Amazonas (FIEAM), Antonio Silva, que acredita que o cenário mundial deve influenciar no Brasil, no Amazonas e, principalmente, na Zona Franca de Manaus.
Segundo o dirigente da FIEAM, a guerra entre Rússia e Ucrânia, por exemplo, afetou a oferta de insumos e produtos no mundo todo. Esse fato, e as instabilidades ocorridas nas economias dos Estados Unidos e da China, levaram o Banco Central brasileiro a aumentar a taxa de juros básica, que atingiu 13,75%, fazendo com que o crédito ficasse mais caro para reduzir o consumo na tentativa de forçar os preços a cair.
Silva avalia que, apesar de a economia não ser uma ciência exata, fica muito difícil uma previsão confiável, contudo, alguns sinais são preocupantes. Um deles é a expectativa de uma possível recessão global, já que o conflito entre Rússia e Ucrânia não tem data para terminar e a inflação ainda consome a renda de pessoas em vários países.
“O ano de 2023 será desafiador pelos grandes problemas macroeconômicos que enfrentaremos, a projeção que se faz é de baixo crescimento do PIB, cogitado em 1,2%”, assinala Silva, para acrescentar que a taxa de juros está sendo projetada em 11,75% ao ano para combater o processo inflacionário, que se estima acima de 5% durante todo o ano, embora alguns economistas prevejam que a inflação possa cair para 4,2%, à medida que os efeitos dos preços mais altos da energia e dos alimentos diminuírem.
“Na verdade, não se tem um consenso sobre as previsões, tudo é projeção. Não obstante, devemos estar vigilantes para as modificações que poderão vir com a Reforma Tributária, sob o risco de afetar negativamente a Zona Franca de Manaus e tirar-nos as vantagens fiscais constitucionais a que temos direito”, observa Antonio Silva.
Indústria em alta
A expectativa é que o setor industrial no País fechará o ano de 2022 com crescimento do 1,8%, enquanto que, no Amazonas, a alta será de 10,42%, quando calculada em reais, alcançando um valor projetado de R$ 179,83 bilhões. Em relação ao Brasil, significará uma pequena recuperação em relação a 2021, dado o ritmo lento de crescimento durante o corrente ano, conforme os dados da Confederação Nacional da Indústria (CNI).
De acordo com a FIEAM, com relação à mão de obra, o estado deve fechar o corrente ano com um crescimento de aproximadamente 3,32% em relação à média do ano anterior, atingindo número superior a 112.961 empregos.