DA REDAÇÃO
MANAUS – |A juíza Jacinta Silva dos Santos, titular da Comarca de Atalaia do Norte, município do interior do Amazonas, determinou o cumprimento da prisão temporária, por 30 dias, de Oseney da Costa de Oliveira, acusado de envolvimento no caso de desaparecimento do indigenista e servidor público Bruno da Cunha Araújo e do jornalista inglês Dominic Mark Phillips, ocorrido naquele município no início deste mês. A Polícia Federal convocou coletiva de imprensa para às 19h30 de hoje, quando deverá esclarecer os resultados das buscas realizadas desde às 11h da manhã, possivelmente em busca dos corpos dos dois homens.
Oseney foi preso na terça-feira (14) pela Polícia Civil e encaminhado nesta quarta-feira ao Fórum de Justiça de Atalaia do Norte para a audiência de custódia que foi realizada no início da tarde, no formato híbrido – com a juíza e o investigado participando presencialmente, no Fórum da Comarca -, e com os representantes do Ministério Público e da Defensoria Pública, por meio virtual -, da mesma forma que ocorreu com o primeiro investigado, Amarildo da Costa de Oliveira.
“A audiência de custódia foi relativa ao cumprimento da prisão temporária decretada por este Juízo, atendendo a pedido da autoridade policial”, informou a juíza Jacinta Silva dos Santos.
Nessa audiência de custódia, o órgão ministerial foi representado pelo promotor de justiça André Epifânio Martins; e o custodiado foi assistido pela defensora pública Jéssica Cristina Melo Matos.
O prazo de 30 dias da prisão temporária, prorrogáveis por mais 30, passa valer a partir da data do cumprimento do mandado de prisão, expedido pela Comarca. O processo tramita sob Segredo de Justiça.
Amarildo, o Pelado, que está preso desde a semana passada, teria sido o irmão que confessou e levou a Polícia ao local onde estão os corpos. Desde as 11h da manhã desta quarta-feira, homens da Polícia Federal e Civil, auxiliados por um cachorro farejador da Polícia Militar, percorreram o local em busca da confirmação dos corpos.
Multidão – Durante todo o dia de hoje circularam diversas informações dando conta de que Amarildo e Oseney teriam confessado o crime. Às 11h da manhã, agentes que integram as operações de busca deixaram o porto de Atalaia levando Amarildo que, segundo informações, iria indicar o local onde os corpos estariam enterrados.
São várias as versões, todas dando conta de que os dois desaparecidos foram assassinados, tiveram seus corpos despedaçados, queimados e enterrados. Mas, enquanto em algumas versões, Amarildo e o irmão aparecem como autores do crime bárbaro, em outras Amarildo aparece como o homem que recebeu os corpos já mortos e queimados e que teria realizado o final do serviço – despedaçá-los e enterrá-los. Até agora não há a confirmação oficial de nenhuma dessas versões.
No final da tarde desta quarta-feira, uma multidão se aglomerou no Porto de Atalaia do Norte à espera das forças policias – Civil, Militar e Federal – que estavam na área de busca, juntamente com Amarildo para saber as informações trazidas por eles. Moradores do município, jornalistas e ativistas buscavam a confirmação das informações divulgadas durante todo o dia sobre a confissão e o resultado das buscas pelos corpos.
O advogado da Unijava, Eliezer Marubo, usou sua conta no Twitter para cobrar o protagonismo indígena nas buscas. “Poucos jornais falaram do protagonismo dos indígenas do Vale do Javari nas buscas por Bruno e Dom. A área de busca atual foi mapeada e indicada às autoridades pelos indígenas”, informou.