O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, chegou ao Brasil na noite deste domingo (28), para uma reunião com o presidente Lula (PT) nesta segunda (29) e para a cúpula de líderes da América do Sul, na terça-feira (29). A agenda, no Palácio do Planalto, inclui reunião privada entre os líderes, reunião ampliada e uma cerimônia de assinatura de atos, seguida de almoço.
Nas redes sociais, o venezuelano agradeceu “a calorosa acolhida” e citou o desenvolvimento de uma agenda diplomática que reforce “a união dos povos do continente”.
Sucessor de Hugo Chávez, Maduro é líder da Venezuela desde 2013, porém, a Assembleia Constituinte instalada em 2017 não é reconhecida por vários países, incluindo o Brasil. Esta é a primeira vez que Maduro está em solo brasileiro desde julho de 2015, quando veio ao país para uma cúpula do Mercosul, ainda no governo da ex-presidente Dilma Rousseff (PT).
Em 2020, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) retirou os diplomatas que trabalhavam na embaixada do Brasil na Venezuela, por não reconhecer o governo de Maduro. No ano passado, a ONU denunciou que agências do governo cometem crimes contra a humanidade para reprimir a oposição.
Ainda assim, de acordo com o Ministério das Relações Exteriores, o encontro desta segunda-feira (29) entre os dois mandatários deve avançar o processo de “normalização das relações bilaterais”. Entre os temas em pauta está a reabertura das respectivas embaixadas e de setores consulares.
“Será ocasião, também, para que os presidentes conversem a respeito dos processos de diálogo interno na Venezuela, com vistas à realização das eleições de 2024”, informou o Itamaraty.
Na última semana, Lula (PT) recebeu as credenciais do novo embaixador do regime de Nicolas Maduro, da Venezuela, no Brasil, Manuel Vicente Vadell Aquino. O documento é uma formalidade que marca o início da atuação do diplomata no Brasil. Um embaixador assume o posto depois de entregar os documentos ao governo do país onde irá atuar.
Segundo o Itamaraty, estarão presentes no encontro, os chefes de governo da Argentina, Bolívia, Chile, Colômbia, Equador, Guiana, Guiana Francesa, Paraguai, Suriname, Uruguai e da Venezuela.
Somente a presidente do Peru, Dina Boluarte, não estará presente. Segundo a secretária de América Latina e Caribe do Itamaraty, embaixadora Gisela Padovan, o país deve enviar um representante.