Na ONU, Brasil apresenta proposta de cessar-fogo entre Israel e Hamas

Sob a liderança temporária do Brasil no Conselho de Segurança das Nações Unidas (ONU), esforços estão em andamento para buscar consenso na aprovação de uma resolução que visa à proteção de civis no conflito entre Israel e o Hamas. Nesta terça-feira (17), o Conselho retomará as discussões e votará a proposta apresentada pelo governo Lula.

O documento brasileiro fala em uma “contundente condenação dos ataques terroristas do Hamas” e também pede o cessar-fogo entre os dois países, a liberação dos reféns e permissão para ações humanitárias nas regiões de conflito.

O documento, que também incluía a criação de um corredor humanitário, teve essa parte suprimida na tentativa de acordo. A proposta deve sofrer mais alterações para evitar o veto, seja dos Estados Unidos, seja da Rússia.

Entre os pontos elencados pela proposta brasileira, está a condenação “inequívoca dos ataques terroristas hediondos perpetrados pelo Hamas que tiveram lugar em Israel a partir de 7 de outubro de 2023 e a tomada de reféns civis”.

Por fim, a delegação brasileira faz um apelo “ao respeito e à proteção, em conformidade com o direito humanitário internacional, de todo o pessoal médico e do pessoal humanitário exclusivamente envolvido em tarefas médicas, dos seus meios de transporte e equipamento, bem como dos hospitais e outras instalações médicas”.

Sem indicar medidas mais concretas como uma missão de paz ou uma intervenção, o documento brasileiro apenas apela “a pausas humanitárias para permitir o acesso humanitário rápido, seguro e sem entraves às agências da ONU”.

O documento do Itamaraty deve atender, de forma discreta, às demandas da Rússia, que exige a condenação de Israel por ataques contra civis, mas sem desagradar os Estados Unidos, que apoiam o direito de Israel à autodefesa.

ONU rejeita resolução da Rússia sobre guerra em Israel

Em uma reunião realizada na sede da Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova York, na noite dessa segunda-feira (16), uma proposta da Rússia foi rejeitada pelo Conselho. A votação teve 5 votos a favor, 4 contra e 6 abstenções, incluindo o Brasil.

O texto russo pedia um cessar-fogo imediato na guerra, condenava Israel pela morte de civis em Gaza, mas não citava o Hamas, nem os ataques terroristas de 7 de outubro no território israelense.

Apesar da expectativa de que a resolução seria vetada, a Rússia insistiu na votação, argumentando que o texto era necessário para proteger a população civil de Gaza.

Logo após a rejeição do texto, os países membros e convidados na reunião se manifestaram. A embaixadora americana na ONU, Linda Thomas-Greenfield, deu o tom da posição estadunidense.

“O Hamas deve liberar incondicionalmente os reféns e facilitar o acesso humanitário”, disse. “Apenas uma semana atrás o terror foi liberado em Israel pelo Hamas. Foi o pior massacre ao povo judeu desde o Holocausto”, completou, comparando o Hamas ao Estado Islâmico (ISIS) e a Al-Qaeda.

O embaixador de Israel na ONU, Gilad Erdan, afirmou que a única solução para uma ideologia terrorista e genocida é o extermínio. Comparando o Hamas a um “Hitler com esteroides”, Erdan voltou a afirmar que Israel não está agindo por vingança ou retaliação, mas por sobrevivência e criticou a ONU.

Já o embaixador da Autoridade Palestina na ONU, Riyad Mansour, elogiou os esforços brasileiros e fez um apelo pelo cessar-fogo.

“O que está acontecendo em Gaza, não é uma operação militar, é um verdadeiro assalto contra o nosso povo. Israel matou até agora 3 mil palestinos. Mais de mil crianças palestinas foram mortas até agora”, disse Mansour.

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