Ex-presidente foi oficializada no comando do Novo Banco de Desenvolvimento, também conhecido como o banco do agrupamento econômico que reúne Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul
Na China, a ex-presidente Dilma Rousseff assumiu nesta terça-feira (28) o Novo Banco de Desenvolvimento (NBD), mais conhecido como banco dos Brics. Dilma foi indicada pelo governo Lula ao cargo. O mandato dela vai até julho de 2025. A expectativa é de que haja uma cerimônia de posse para a ex-presidente nesta quarta-feira (29). O evento deve ser mantido apesar do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ter cancelado sua ida ao país por conta de uma pneumonia.
Na sexta-feira (24/03), Dilma foi confirmada no cargo para o qual foi indicada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Ela então viajou para a China para assumir o cargo à frente da presidência da nova instituição, responsável por financiar projetos de infraestrutura e desenvolvimento sustentável nos países que fazem parte da instituição. Ela visitou a sede do banco em Xangai e participou da primeira reunião como presidente.
O Conselho de Governadores do Banco, composto pelos ministros da Fazenda dos países fundadores do NDB e representantes dos quatro novos membros (Bangladesh, Emirados Árabes Unidos, Egito e Uruguai), se reuniu por videoconferência para votar na indicação de Dilma.
A ex-presidente foi questionada por autoridades estrangeiras durante todo o mês depois que o NDB anunciou o início de uma troca de comando. Ele substituirá o diplomata e economista Marcos Troyjo, ex-integrante da equipe do ex-ministro da Economia, Paulo Guedes.
A eleição de Dilma para o Banco dos Brics marca o seu retorno aos cargos públicos, sete anos depois de ter sido afastada da presidência da república em agosto de 2016.
O que é o banco do Brics?
Em 2014, o Brasil sediou a sexta edição da Cúpula dos Brics, que aconteceu nos dias 15 e 16 de julho em Fortaleza, Ceará. Nesta edição, o grupo assinou a criação do Novo Banco de Desenvolvimento (NBD), que tem como objetivo dar apoio financeiro a projetos de infraestrutura e desenvolvimento sustentável, públicos ou privados, em cinco países membros e em outras economias emergentes e países em desenvolvimento. O projeto entrou em vigor em 3 de julho de 2015.
Segundo o Ministério das Relações Exteriores (MRE), o capital subscrito inicial do banco era de US$ 50 bilhões, com autorização para chegar a US$ 100 bilhões. As contribuições foram divididas igualmente entre os cinco países que compõem o Brics: US$ 10 bilhões cada.
O NBD consiste em um conselho de governadores, um conselho de curadores, um presidente e quatro vice-presidentes. A presidência do banco é rotativa e é regularmente preenchida por um representante dos países do Brics, enquanto membros dos demais países são responsáveis por indicar quatro vice-presidentes.
Quem são os Brics?
O Bloco dos Países em Desenvolvimento, fundado em 2006 como Bric, originalmente era formado por Brasil, Rússia, Índia e China. Em 2011, o agrupamento econômico incluiu a África do Sul e passou a se chamar Brics com o acréscimo do “S”, letra inicial do nome do país em inglês (South Africa).
De acordo com o Itamaraty, o encontro entre os países começou informalmente em 2006, com uma reunião paralela à Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU).
Desde 2009, os chefes de estado e de governo dos países membros passaram a se reunir anualmente e assim formaram uma nova entidade político-diplomática.
O BRICS não é um bloco político ou uma aliança comercial ou militar formal. Desde a sua criação, o grupo negocia acordos comerciais e de cooperação para aumentar seu crescimento econômico.