BRASIL – | Mudar de carreira ainda é um tabu no mercado de trabalho. Deixar uma profissão envolve, além de insegurança, uma série de outros obstáculos. Porém, esse passo rumo a uma nova jornada tornou-se mais comum do que se imagina. Não importa quanto tempo de carreira o indivíduo tenha em uma área, os novos modelos de negócios e as novas gerações mostraram que é sempre tempo de mudar.
Segundo o relatório ‘Protegendo o Futuro do Trabalho’, realizado pela consultoria de cibersegurança Kaspersky, 53% dos brasileiros esperam mudar de profissão após a pandemia. Entre os motivos estão o equilíbrio entre vida pessoal e profissional (50%), o desejo por um salário mais alto (49%), a busca por uma função mais significativa (31%), reduzir a quantidade de tempo trabalhado (31%) e trabalhar por prazer (14%).
Para ajudar a realizar essa transição, seja com intuito de obter mais propósito e realização ou novos desafios e salários melhores, Guilherme Junqueira, CEO e fundador da Gama Academy, escola que seleciona talentos e forma profissionais para o mercado digital, apresenta algumas dicas para quem está disposto a enfrentar esse desafio.
PLANEJAMENTO – Mudar de área envolve inúmeros fatores. Entre eles, estão a mudança de cultura empresarial, a introdução a uma nova equipe, salário e o estudo de novas áreas mais pertinentes para o novo trabalho. Portanto, antes de realizar a transição, é preciso que exista um planejamento prévio.
“Faça um estudo analítico incluindo possíveis gastos com cursos ou despesas inesperadas, como anda o mercado da área de interesse no momento da transição e, quem sabe, a participação em grupos de discussão para entender a avaliação sobre cursos e o momento da profissão”, indica Junqueira.
Também é indicado criar um cronograma com metas. Isso fará com que você diminua o estresse, reduza a ansiedade e evite possíveis erros e demoras nesse processo.
PESQUISA – Pode parecer óbvio, mas é fundamental pesquisar sobre a nova área de interesse e se aprofundar em questões mercadológicas. Fazer uma busca sobre vagas de emprego, escassez de mão de obra e sobre as chamadas ‘carreiras do futuro’, também é essencial. “Programação, desenvolvimento de softwares, marketing digital, growth hacking, design e vendas internas são áreas aquecidas e contam com uma grande demanda por bons profissionais, por exemplo”, destaca.
CONEXÕES – Outro fator importante é ampliar as conexões, buscar pessoas que já passaram ou estão passando pelo mesma situação. “Faça networking! Isso pode te ajudar a conquistar uma vaga de trabalho de maneira mais rápida”, diz o especialista em mercado de trabalho.
Ele diz que, a dica principal é não ter medo. Seguir pessoas e perfis que alguma ligação com a área que deseja atuar, também é um bom mecanismo. “Participe de eventos, leia blogs, chame pessoas que já trabalham na área para conversar. Ter pessoas por perto que possam te auxiliar é fundamental”, estimula Junqueira.
CURRICULO – Para essa nova fase, um currículo e redes sociais atualizadas também fazem a diferença. “Ao iniciar um processo de transição é preciso que as empresas saibam quais são seus interesses e objetivos na nova área. Busque valorizar suas competências, mencione suas principais qualidades, destaque cursos realizados, projetos paralelos e dê menos destaque a sua área antiga”, diz
Ele também dá uma dica para valorizar o currículo: investir em projetos paralelos na nova área de interesse, o que pode chamar a atenção de recrutadores. “Algumas opções são experiências fora do trabalho, voluntariados, cursos extras, eventos e atividades específicas ou qualquer outro projeto que você possa se desenvolver na área”, ensina.
PROCESSOS SELETIVOS – Um dos passos mais difíceis na transição de carreira é conquistar a primeira vaga. Por isso, é importante se candidatar em processos seletivos. Com a escassez da mão de obra para alguns setores, como, por exemplo, o da tecnologia, é possível participar de processos seletivos ainda realizando cursos de especialização. Já durante o processo, a dica é que você demonstre ao entrevistador seu desejo em atuar na área, destaque seu processo de preparação e o seu interesse em se desenvolver. “É fundamental que você encante o recrutador e o convença que seu perfil é o melhor, mesmo sem grandes vivências e experiência na função”, destaca.
CONHECIMENTO – É importante investir em cursos e/ou treinamentos para formar seu perfil profissional em termos de competências técnicas e comportamentais no propósito de atuar na nova área. Hoje, existe uma gama de possibilidades que vão desde cursos rápidos (pagos e gratuitos), especializações, faculdades e até, notícias, palestras, podcasts e vídeos informativos que podem te ajudar na construção do conhecimento.
“Independente do segmento de mercado que você esteja buscando, ele certamente estará em busca de profissionais qualificados. Por isso, investir em conhecimento é a chave para esse novo passo e deve ser algo recorrente no processo de desenvolvimento profissional de uma pessoa”, finaliza.
Fundada em 2016, a Gama Academy é uma escola que seleciona talentos e forma profissionais para o mercado digital nas áreas de design, marketing, programação e vendas. Cerca de 90% dos seus formandos foram empregados em mais de 600 empresas. Com a missão de transformar 1 milhão de profissionais nos próximos anos, já soma mais de 200 mil profissionais em sua plataforma.
A empresa foi escolhida pela Singularity University como uma das 10 melhores startups de educação do Brasil e eleita pelo segundo ano consecutivo como a melhor startup de educação de 2020, no prêmio Startup Awards da ABStartups. Em 2021, recebeu um investimento inicial de R$33,8 milhões da Ânima Educação, player de educação privada do país.