O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) realizou na tarde desta segunda-feira (12) a cerimônia de diplomação do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, e do vice-presidente eleito, Geraldo Alckmin. O evento aconteceu no plenário do TSE, em Brasília (DF), e contou com a presença de 400 convidados, entre eles, parlamentares, ministros de tribunais superiores e representantes de governos estrangeiros.
Emocionado, Lula defendeu a democracia e reafirmou o compromisso de fazer do Brasil um país mais desenvolvido e mais justo. Além disso, ele destacou que durante as eleições, a nação foi “envenenada com mentiras” produzidas nas redes sociais, semeando “mentira e ódio”.
“Quero dizer que muito mais que a cerimônia de diplomação de um presidente eleito, esta é a celebração da democracia. Poucas vezes na história recente deste país a democracia esteve tão ameaçada. Poucas vezes na nossa história a vontade popular foi tão colocada à prova, tendo que vencer tantos obstáculos para enfim ser ouvida”, afirmou.
A diplomação é uma cerimônia organizada pela Justiça Eleitoral para formalizar a escolha dos eleitos nas eleições e marca o fim do processo eleitoral. Com o diploma eleitoral em mãos, os eleitos podem tomar posse no dia 1° de janeiro de 2023.
O TSE é responsável pela diplomação dos candidatos à Presidência da República. Os deputados, senadores e governadores são diplomados pelos tribunais regionais eleitorais (TREs) até 19 de dezembro.
Bolsonaristas
Enquanto acontecia a diplomação, um forte esquema de segurança foi montado para proteger a sede da Corte, mas foi durante a noite que bolsonaristas criaram um verdadeiro cenário de guerra em Brasília.
Diversos vídeos com carros e ônibus sendo queimados, além de estabelecimentos sendo vandalizados, tomaram conta das redes sociais.
Clientes e funcionários de estabelecimentos comerciais ficaram sitiados, enquanto a polícia dispersava os bolsonaristas com bomba de efeito moral e spray pimenta. Em um dos pontos, os apoiadores de Bolsonaro colocaram botijões de gás próximos a um carro em chamas.
Batalhão de Choque e a equipe de operações especiais para controlar a situação, que só foi normalizada durante a madrugada desta terça-feira (13).
Vestidos de verde e amarelo, um grupo de apoiadores de Jair Bolsonaro tentou invadir a sede da Polícia Federal em Brasília após a prisão temporária do indígena José Acácio Serere Xavante, decretada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.
Conforme a decisão, o cacique Serere, como é conhecido, teria realizado nos últimos dias “manifestações de cunho antidemocrático” em frente ao Congresso Nacional, no Aeroporto de Brasília, em um shopping e em frente ao hotel onde o presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, está hospedado.
Para a Procuradoria-Geral da República (PGR), o cacique “vem se utilizando da sua posição de líder do Povo Xavante para arregimentar indígenas e não indígenas” para cometer crimes, como ameaças de agressão contra Lula e ministros do STF.
Ainda durante a noite desta segunda-feira, bolsonaristas também tentaram invadir o hotel onde o presidente eleito estava, mas policiais cercaram o local e evitaram a aproximação do grupo.
Após horas de terror, o atual ministro da Justiça, Anderson Torres, postou no Twitter que “tudo será apurado e esclarecido” e que a situação em Brasília está se “normalizando no momento”.