Javier Milei, presidente da Argentina, comunicou oficialmente ao governo brasileiro sua decisão de retirar o país do Brics. Essa decisão foi transmitida aos líderes dos demais países do grupo – Rússia, Índia, China e África do Sul – por meio de uma carta enviada por Milei. A notícia foi divulgada pelo jornal O Globo.
Anteriormente, a Argentina estava entre as nações programadas para aderir ao bloco econômico a partir de 1º de janeiro de 2024. O bloco tem como objetivo a cooperação econômica e o desenvolvimento entre os países-membros.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), um defensor-chave da inclusão da Argentina no Brics, não foi pego de surpresa pela carta enviada pelo líder argentino. O petista já antecipava essa decisão após a transição de governo.
A correspondência foi encaminhada ao governo brasileiro através da embaixada do Brasil em Buenos Aires, seguindo o mesmo protocolo para notificar os demais membros do grupo.
A decisão de incluir a Argentina no Brics foi tomada no final de agosto, durante a última cúpula do bloco, que ocorreu na África do Sul. Além do país, Irã, Arábia Saudita, Egito, Etiópia e Emirados Árabes Unidos passariam a integrar o grupo de emergentes.
Na época, Lula afirmou que não importava quem ganharia as eleições na Argentina. “Todo mundo sabe que sou amigo do Alberto Fernández. O Brasil, enquanto Estado, vai negociar com o Estado argentino independentemente de quem seja o presidente. Pode ser que o presidente não queria negociar com o Brasil, é um direito livre e soberano dele, ninguém vai obrigar”, disse.