DA REDAÇÃO
MANAUS – | O mês de março tem sido de intensa movimentação no cenário – e, principalmente-, nos bastidores da política brasileira. Isso porque, de acordo com o calendário eleitoral aprovado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), entre 3 de março e 1º de abril, está aberta a janela partidária, período em que deputados federais, estaduais e distritais podem trocar de partido para concorrer às eleições sem perder o mandato. É o prazo final para que todos os candidatos estejam filiados e com domicílio eleitoral comprovado.
É a hora do troca-troca de legenda, e isso vem acontecendo também em outros cargos que estarão em disputa este ano, como senado, governos estaduais e até presidência da República, com o registro recente da chegada de Jair Bolsonaro ao PL, ele que estava sem partido há bastante tempo e teve que se filiar para poder concorrer à reeleição.
É o caso também do atual governador do Amazonas, Wilson Lima, que aproveitou a janela partidária para trocar o Partido Social Cristão (PSC) pelo União Brasil. A filiação ocorreu em 9 de março. Outro virtual candidato ao governo, Amazonino Mendes, deverá anunciar nas próximas horas (a previsão é que seja na sexta-feira, 18) a que partido irá se filiar para concorrer às eleições de outubro, se PSDB ou o Cidadania.
A escolha de candidatos por partidos tem esbarrado em outra data estabelecida para as eleições deste ano. O Supremo Tribunal Federal fixou em 31 de maio a data máxima para que os partidos formem as federações para disputar as eleições de outubro. Diferentemente das antigas coligações, as federações partidárias são cartas de intenções que devem prevalecer por quatro anos e não mais servir apenas aos interesses momentâneos das eleições.
Ocorre que os candidatos estão fazendo uma espécie de voo às cegas ao escolher suas futuras legendas, sem saber exatamente quais partidos estarão aliançados nas federações. É obvio que, para firmar um pacto de quatro anos de casamento, há necessidade de identidades aproximadas do ponto de vista ideológico, programáticos e até mesmo pragmático. A maior dificuldade, no entanto, são os interesses regionais.
Por exemplo, até o momento, já há consenso nas cúpulas do PSDB, MDB e Cidadania para formalizar a federação partidária. No Amazonas, isso colocaria no mesmo barco o ex-senador Arthur Virgílio Neto e o senador Plínio Valério, ambos do PSDB, com o senador Eduardo Braga, do MDB, e o ex-governador Amazonino Mendes, que ainda não decidiu o partido que vai, mas está entre PSDB e Cidadania. Plínio Valério disputa uma queda de braço interna com Virgílio pelo comando das decisões locais do partido e pleiteia disputar o governo, assim como Amazonino e Braga.
Além de Wilson Lima, Amazonino Mendes, Plínio Valério e Eduardo Braga, que surgem como nomes das disputas ao governo do Estado, também há indicativos de que estarão concorrendo nessas eleições a defensora pública Carol Braz (PDT), Ricardo Nicolau (Solidariedade) e o PSOL, que deverá se decidir entre Jevaldo Silva e Marcelo Amil. Os partidos deverão confirmar seus candidatos em convenções a serem realizadas entre os dias 20 de julho e 5 de agosto.
O primeiro turno das eleições será realizado no dia 2 de outubro e, havendo segundo turno, a volta às urnas está marcada para o dia 30 de outubro, de acordo com o calendário aprovado pelo TSE.