REDAÇÃO
MANAUS – |Com o cenário inflacionário, os brasileiros estão cada vez mais apertando o orçamento para manter as contas em dia. A falta de estrutura financeira, por vezes, também leva ao adiamento de sonhos e planos que dependem de recursos financeiros. Transformar essa realidade é possível com uma rotina de investimentos, mas muitos acreditam que esse universo é limitado apenas para conhecedores de mercado e grandes investidores, o que não é verdade. As aplicações podem ajudar a trazer maior saúde financeira para quem ainda está organizando suas economias.
Para o líder regional da XP Inc. no Amazonas, Djan Amorim, investir com segurança é fundamental para trazer rentabilidade aos investidores, já que apenas economizar e guardar dinheiro ‘embaixo do colchão’ significa perda de oportunidades de monetizá-lo. Mas, conhecer as diversas oportunidades de fazer o seu dinheiro crescer de forma mais rápida e constante não elimina o falso pensamento de que é preciso dispor de uma quantia grande para investir.
“É um mito que é preciso muito dinheiro para começar a investir. Atualmente, já é possível aplicar com R$1,00 a R$100,00, por exemplo. Também não vale a pena deixar o dinheiro parado na poupança ou na conta corrente do banco, porque a tendência é que o investidor leve mais tempo para concretizar seus objetivos. Por isso, o importante para começar a investir é entender as melhores oportunidades para os planos e perfil do investidor. Quanto antes o seu dinheiro começar a trabalhar por você, melhor para seu patrimônio”, explica Amorim.
O especialista conta que, por exemplo, no Tesouro Direto, que é o programa de negociação de títulos públicos do governo, é possível investir com pouco mais de R$ 30. Porém, alerta para a importância da periodicidade para que o investidor tenha resultados. “A ideia de como investir dinheiro é sobre ter recorrência, não importando muito, em um primeiro momento, o quanto você está aplicando. Afinal, a recorrência vai de encontro à lógica dos juros compostos, que ajuda muito a multiplicar o dinheiro a longo prazo”, analisa.
Além disso, o especialista destaca outros fatores importantes como saber seus objetivos, conhecer o seu perfil como investidor, conhecer os tipos de investimento e escolher uma corretora de valores, onde as aplicações disponíveis são de diversas instituições diferentes.
“Por fazer a intermediação entre o investidor e o mercado financeiro de forma simples e independente, a corretora é a melhor alternativa. Referência no mercado financeiro do Brasil, a XP tem uma das mais completas plataformas de investimentos. Além de ser uma empresa consolidada e segura, a XP oferece diversificação de investimentos, taxas baixas e uma equipe de especialistas qualificada e à disposição dos clientes”, pontua o líder regional.
Amorim também alerta para o que deve ser evitado quando investir, como aplicar sem regularidade; alocar todo o capital em um único tipo de investimento; seguir recomendações apenas por estarem “na moda”; deixar de avaliar os riscos das aplicações; desconsiderar os custos e taxas dos investimentos; pegar empréstimos para investir; ter pressa para atingir os objetivos; e deixar dinheiro na poupança.
FALTA O COSTUME – Para o professor do curso de Ciências Contábeis da Faculdade Santa Teresa, Luis Carlos Melo, o brasileiro de classe média não tem o costume de aplicar em investimentos que possam lhe trazer grande rentabilidade. “Quem cresceu nos anos 80 conviveu com uma forte e massificada campanha para fortalecimento da poupança nacional. Era a época da ‘caderneta de poupança’, cujo nome derivava justamente do tipo de aplicação na qual o cliente ia até o banco depositar seu dinheiro e o caixa literalmente anotava em uma caderneta o valor aplicado, gesto esse também utilizado no caso do resgate de valores”, relata.
Luis Carlos Melo ressalta que o incentivo massivo ao uso da poupança se explica pelo fato de que grande parte dos empreendimentos imobiliários que ajudaram o país a construir quantidade significativa de moradias, era financiada por recursos desses investimentos.
“O ato de investir em poupança sempre representou muita tranquilidade, principalmente para o pequeno poupador, haja vista que se trata de um produto simples, com juros que se situam na faixa de 6% ao ano, mais a correção, com liquidez imediata e garantida pelo Fundo Garantidor de Crédito (FGC) até o limite de R$ 250 mil”, detalha.
A questão, diz ele, é que os diversos períodos inflacionários, que levavam o investidor a ter a ilusão de que estava ganhando muito por conta dos juros altos, acabaram fazendo com que a poupança perdesse o seu encanto. “O investidor quer ter seu dinheiro corrigido com indicadores acima da inflação e em curto tempo de prazo. Com a poupança, isso tem sido cada vez mais difícil”, afirmou.
De acordo com Luis Carlos, existem outros inúmeros produtos, além da poupança, que o pequeno investidor pode se valer para guardar um pouco de seus recursos e ainda auferir algum ganho com isso. Um exemplo são as aplicações em títulos de capitalização, onde o investidor pode começar com recursos da ordem de R$ 50 mensais. O valor é corrigido por um prazo delimitado e o cliente ainda conta com vantagens adicionais, como concorrer a prêmios em dinheiro. Outro tipo de investimento muito difundido nos tempos atuais é o Tesouro Direto, que consiste, basicamente, em um “empréstimo” que a pessoa faz para o governo, e que se traduz em um investimento de renda fixa com rentabilidade superior à poupança, com a segurança de retorno do investimento pelo Governo Federal. A pessoa pode começar aplicando a partir de R$ 30.
Nessa mesma faixa de valor, tem também a previdência complementar que, apesar de não ser considerado um investimento, mas sim um seguro, pode ser iniciado a partir de R$ 50, com possibilidades de aporte de maior soma de capital a qualquer momento. Essa opção representa, na verdade, um planejamento financeiro que pode funcionar como complemento de aposentadoria, diversificação de investimentos ou sucessão patrimonial.
Já para aqueles que possuem mais recursos e querem ousar no mercado financeiro, a dica é quanto maior o prazo e o risco, melhor o retorno. “Se o investidor não tem a necessidade de liquidez em curto ou médio prazo, pode investir em produtos de renda variável – aqueles onde não se tem a rentabilidade conhecida no ato da aplicação. Isso porque esses produtos ficam sujeitos às oscilações do mercado e suas variáveis, como inflação e taxa de juros”, destacou.
Para quem está tentado a iniciar um investimento, mesmo com poucos recursos, outra dica é buscar na internet simuladores que são disponibilizados por empresas que atuam como consultoria de negócios, a exemplo de algumas como a XP Investimentos e NuInvest.
“Através dessas ferramentas vai ser fácil escolher o investimento que dará mais segurança e confiança para aqueles momentos em que se tem algum recurso. Por fim, o ideal é que tenhamos um controle efetivo dos nossos gastos, para que possamos ter sempre disponível aquele valor que pretendemos guardar para construir algum projeto ou dar vida a algum sonho: ter a casa própria, trocar de carro, a viagem inesquecível, a faculdade ou, até mesmo, o complemento da aposentadoria”.