REDAÇÃO
MANAUS – |O presidente do Tribunal Superior Eleitoral, Alexandre de Moraes, deu nome aos bois: chamou de atos antidemocráticos o que está sendo feito, em todo o país, por apoiadores do presidente Bolsonaro, derrotado nas urnas no último domingo (30), que bloquearam estradas e pediram golpe militar para impedir que o resultado das urnas seja garantido. Morais disse que quem participa de atos antidemocráticos será tratado como criminoso.
“Aqueles que, criminosamente não estão aceitando e estão praticando atos antidemocráticos serão tratados como criminosos”, disse durante sessão do TSE. Moraes disse que as eleições terminaram e que os vencedores serão diplomados até 19 de dezembro e tomarão posse no dia 1º de janeiro.
Atos antidemocráticos e anticonstitucionais – Desde o domingo, após a proclamação do resultado das eleições presidenciais pelo TSE, foram feitos bloqueios em rodovias federais em todo o país, incluindo no Amazonas, onde cinco pontos das principais rodovias do estado foram totalmente bloqueados, impedindo o acesso de pessoas e de transporte de insumos. Mesmo com decisões do ministro Alexandre Moraes, determinando o desbloqueio imediato, a Polícia Rodoviária Federal agiu lentamente e o seu diretor-geral, Silvaney Vasques, deverá ser investigado.
De acordo com informações do ministro da Justiça, Anderson Torres, até o final da manhã desta terça-feira (03) houve 37 prisões e 4.216 multas aplicadas. A PRF informou que ainda havia 73 bloqueios ativos, em sete estados.
No Amazonas, os bloqueios atingiram BR-174 e BR-230 em quatro pontos (dois no município de Humaitá, um em Manicoré e um em Apuí). No final da manhã a PRF informou que todos os pontos estavam liberados e prometeu um balanço das atividades.
Os atos golpistas não se restringiram ao bloqueio das rodovias, mas foram levados para a área urbana, sempre em frente ao comando da forças armadas. Em manifestação, os bolsonaristas que pediam intervenção militar se concentraram em frente ao Comando Militar da Amazônia e também fecharam o trânsito que dava acesso aos moradores da área.
O CANAL TRÊS perguntou ao Governo do Amazonas, Secretaria de Segurança Pública, Polícia Federal e Ministério Público quais as medidas que foram adotadas para conter os atos, identificar integrantes e investigar responsabilidades. Nenhum dos órgãos se pronunciou.